Proposta neste sentido foi apresentada ao coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Tributária
O
Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) - juntamente com
um grupo de organizações que compõem o Observatório das Economias da
Sociobiodiversidade (ÓSocioBio) e o Fórum Permanente em Defesa da
Amazônia - defende a proposta de uma tributação diferenciada dos
produtos oriundos da sociobiodiversidade dentro da Reforma Tributária em
tramitação no Congresso Nacional.
Nesse
sentido, o secretário-geral do CNS e membro do ÓSocioBio, Dione
Torquato, participou da entrega, nesta quarta-feira (31/05), em
Brasília, da proposta ao coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma
Tributária, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).
A
ideia é excluir da vedação da concessão de benefícios fiscais relativos
ao Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) os produtos e serviços oriundos
da sociobiodiveridade brasileira. A mandioca, o açaí, o cupuaçu, a
castanha-do-Brasil, ervas medicinais, entre outros, são exemplos dos
produtos que têm origem na sociobiodiversidade.
“Uma
tributação diferenciada para os produtos da sociobiodiversidade
certamente contribui para a sustentabilidade, para a saúde, para a
produção de alimentos saudáveis, além do reconhecimento da importância
da gestão desses territórios e, acima de tudo, do modo de vida dessas
populações”, destaca Dione Torquato.
Trata-se
de uma solução orientada para tornar esses produtos cada vez mais
competitivos no mercado, contribuindo diretamente para a renda, o
desenvolvimento regional, a proteção e conservação dos territórios e a
inclusão socioprodutiva de povos e comunidades tradicionais e
agricultores familiares, que promovem o uso sustentável da
biodiversidade brasileira.
“É
muito importante discutir a proposta de tributação para esses produtos,
olhando principalmente o aspecto dos desafios que as populações
tradicionais encontram nos seus territórios”, completa Dione Torquato.
Segundo
o texto apresentado ao coordenador do GT da Reforma Tributária, “a
sociobiodiversidade representa a diversidade dos sistemas de vida,
culturas e conhecimentos presentes nas sociedades humanas e nos
ecossistemas naturais. É um patrimônio cultural e biológico que deve ser
valorizado, respeitado e preservado, pois sua perda pode ter impactos
graves para a humanidade e para o planeta”.
O
evento de entrega da proposta contou também com a presença de
autoridades dos ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento Agrário e
Agricultura Familiar, do Meio Ambiente e Mudança do Clima; e ainda do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
Tramitação
A
expectativa é que os membros do GT dedicado à proposta da Reforma
Tributária na Câmara dos Deputados acelerem as reuniões com os
dirigentes do Ministério da Fazenda, visto que a apresentação da
proposta será dia 6 de junho.
De
acordo com a proposta da Reforma Tributária, cinco tributos atuais
sobre o consumo – IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS – serão substituídos por
uma alíquota única de IBS, em torno de 25%. A votação do texto, na
Câmara, deverá ocorrer ainda este mês.
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