Biomédica orienta sobre as melhores opções para manter a aparência jovial mesmo após a perda de gordura de forma acelerada
No Brasil e no mundo, a hashtag #ozempicface acumula
dezenas de milhões de visualizações e milhares de postagens em redes
sociais, como no Tik Tok, que já se aproximam de cem milhões. Mas você
sabe o que é este problema? Se trata de um efeito da pele quando a
pessoa emagrece de forma muito rápida, com o uso de medicamentos. Apesar
de conseguir o corpo desejado, o rosto sofre um efeito reverso, já que
fica mais flácido e pode deixar uma aparência envelhecida, conforme
explica a biomédica Ana Clara Brathwaite.
O
problema ganhou nome, segundo o New York Times, cunhado pelo
dermatologista americano Paul Jarrod Frank: face de Ozempic, em alusão
ao mais conhecido desses medicamentos. Mas porque o corpo emagrece e o
rosto fica com este aspecto envelhecido? “Isso acontece porque o Ozempic
e essas medicações emagrecedoras semelhantes funcionam fazendo com que a
pessoa perca peso muito rápido, mas consequentemente ela perde muita
gordura na face de uma maneira rápida. A pele, neste caso, não consegue
acompanhar, em questão de elasticidade e tem aí os sinais do
envelhecimento”, explica a especialista.
Quando
envelhecemos, perdemos gordura, colágeno e elastina e nossa pele também
fica mais fina e flácida. “Com este uso do medicamento causando um
emagrecimento acelerado, a pessoa perde muita gordura de uma vez no
rosto, que são uma das coisas que garante a sustentação, além do
colágeno e estrutura óssea. Sem o devido cuidado, o aspecto de
envelhecimento rápido é acelerado”, afirma a biomédica.
Solução
A
notícia boa é que existe sim solução para isso. Antes de começar o uso
da medicação, o ideal é que seja feito um estímulo de colágeno. Para
isso, podem ser escolhidas, por exemplo, opções como: o Ultraformer,
bioestimuladores injetáveis ou fios de sustentação. “Eles vão estimular
essa produção de colágeno e, consequentemente, conforme a pessoa for
emagrecendo a pele dela vai conseguindo retrair e estar saudável com
colágeno, então terá menos queda na face”, destaca a especialista.
Durante
e após o tratamento também é possível trabalhar com bioestimuladores
injetáveis, mas também usar os de ácido hialurônico e fios de tração. “A
gordura também é estrutural. Ela volumiza o rosto de uma maneira
natural, dando estrutura para ele”, orienta. “Então, os preenchimentos
com ácido hialurônico e os fios de tração são excelentes para
pós-Ozempic, porque eles vão reestruturar a face e colocar a gordura,
que foi perdida e deslocada no lugar. Depois, entramos com
bioestimuladores para tratar a qualidade da pele”, acrescenta.
Dúvidas frequentes
Uma
das maiores preocupações está em relação ao tempo que é possível ver
algum resultado. “O ácido hialurônico com injetáveis e fios de tração de
PDO já vão ter um resultado imediato de reposicionamento de gordura. Já
os bioestimuladores de colágeno e Ultraformer tem resultados de 30 a 45
dias após a sessão, sendo progressivo”, aponta a biomédica. Uma opção
ideal em vista disso é, segundo Ana Clara Brathwaite, intercalar essa
ação imediata com o reposicionamento do tecido e estimular o colágeno
com resultados a médio prazo.
Outra
dúvida comum no consultório é relacionada ao efeito destes
procedimentos em pessoas brancas e negras. “Pessoas de pele mais clara
sofrem mais com este efeito de emagrecimento e envelhecimento porque tem
menos melanina, um pigmento que traz proteção para nossa pele contra a
radiação ultravioleta, que é uma das coisas que mais envelhecem e
degradam o colágeno. A pessoa de pele mais clara já tem essa tendência
por falta de produção natural, então se não se cuidar refletirá esse
envelhecimento de forma mais nítida”, completa Ana Clara.
Cuidado com a perda de músculo e reganho de peso
De acordo com o médico endocrinologista Guilherme Borges, o uso indiscriminado da medicação injetável causa
perda de peso às custas de massa magra (músculos) em indivíduos que não
tem sobrepeso e obesidade, algo que é muito desinteressante a longo
prazo. Além disso, pode possibilitar uma maior incidência de efeitos colaterais como náuseas, intestino preso ou diarreia e até mesmo hipoglicemia.
“De fato, o músculo é algo que a gente tenta preservar na maior parte
dos pacientes que estão em processo de emagrecimento. Então, se você
perde peso a qualquer custo, inclusive perdendo massa muscular, você
também reduz o seu metabolismo já que o músculo está diretamente
relacionado com a capacidade de gasto de energia ao longo do dia. Lá na
frente, isso pode até ser prejudicial no sentido de favorecer o reganho
de peso. Esse ganho de peso futuro vai gerar um desbalanço ainda maior
entre gordura e músculo, ocasionando uma maior desproporção, ou seja,
mais gordura e menos músculo”, alerta o médico.
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