Por Redação
O empresário Emílio Odebrecht acusa a força-tarefa da Lava Jato de fazer blitz de madrugada nas celas dos executivos da construtora Odebrecht na Polícia Federal, em Curitiba, para, segundo ele, humilhar os prisioneiros, forçar depoimentos e, assim, manter um fluxo de operações. A afirmação está no livro de memórias que faz denúncias contra a operação.
Emílio argumenta que, na enxurrada de material sobre a Lava Jato não teve espaço para dar sua versão completa sobre a operação que provocou um “apagão” de contratos na empresa, bloqueio de recursos e fechamento de canteiros de obras. Procurado, o senador Moro, chefe da operação, disse que não comentaria o teor do livro. As informações são jornal o Estado de S. Paulo.
O próprio Emílio foi alvo da operação. O empresário foi condenado por lavagem de dinheiro, assinou um acordo de delação premiada, mas a ação foi anulada por erros processuais e pela parcialidade de Moro e o caso deve ser prescrito. Não houve cumprimento da pena prevista no acordo de prisão domiciliar.
Ao longo de 320 páginas, “Uma guerra contra o Brasil, como a Lava Jato agrediu a soberania nacional, enfraqueceu a indústria pesada brasileira e tentou destruir o grupo Odebrecht” acusa Moro de promover “tortura psicológica” e cometer erros jurídicos para garantir sentenças rápidas. Numa delas, segundo Emílio, o juiz chegou a dar a sentença apenas três minutos após receber uma apelação de 1.400 páginas enviada pela defesa dos presos. A condenação de Marcelo ocorreu apenas nove meses após a prisão.
MARCELO EM LIBERDADE
Filho de Emílio, Marcelo Odebrecht, há três meses, terminou de cumprir a pena a que foi sentenciado por corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Ele foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão pelo então juiz Sérgio Moro em 2016. Fez acordo de delação que reduziu a pena para 10 anos. No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) reduziu o período para sete anos, que já foram cumpridos.
Segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, o
executivo Marcelo Odebrecht passou os últimos dois anos trabalhando no
setor administrativo do Hospital das Clínicas da Universidade de São
Paulo. O empresário começou a trabalhar na unidade médica em junho de
2021, e trabalhou lá até o dia 26 de janeiro deste ano. De acordo com o
jornal, Marcelo conseguiu passar despercebido para médicos e
funcionários da instituição, já que poucos sabiam de sua presença no
prédio do complexo.
O ex-presidente da Odebrecht batia ponto no hospital duas vezes por semana. Fazia serviços adminisrtativos e auxiliava em discussões de processo e fluxo de trabalho. Marcelo atendia também demandas administrativas gerais nas áreas subordindas à superintendência e à chefia de gabinete.
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