BLOG ORLANDO TAMBOSI
Lula diz e repete que ‘o Brasil voltou’. De fato: voltou o Brasil do toma lá dá cá, das invasões de terra, do atraso econômico e da megalomania internacional, marcas do lulopetismo. Editorial do Estadão:
O
presidente Lula da Silva tem bradado que, com ele, “o Brasil voltou”.
Pois bem. Imodéstia à parte, é o caso de perguntar: afinal, de que
Brasil se está falando? Que país é esse que estaria de volta?
É
seguro afirmar que não é o Brasil pelo qual ansiavam milhões de
eleitores moderados que, mesmo conhecendo bem o passado de malfeitos dos
governos petistas, entenderam que a eventual reeleição de Jair
Bolsonaro, um dos mais desqualificados, indecorosos e patrimonialistas
presidentes em toda a história republicana, representava uma tragédia a
ser evitada a qualquer custo.
Esses
brasileiros fundamentais para a apertada vitória do petista em 2022
foram descartados por Lula cedo demais – e sem o menor constrangimento,
haja vista o discurso arrogante e as atitudes do presidente. Não que as
expectativas fossem altas. A rigor, são pessoas que não esperavam muito
mais do atual governo, além do resgate da decência no exercício da
Presidência da República e alguns sinais de moderação e responsabilidade
na condução do País.
Lula,
porém, tem conduzido o Brasil por um caminho perigoso. O governo tem
tomado um rumo que, se não chega a configurar estelionato eleitoral –
pois só o mais lhano dos cidadãos haveria de acreditar que Lula, de
volta ao poder, faria algo muito diferente do que está fazendo –,
tampouco sinaliza que, se não os esqueceu, ao menos Lula teria aprendido
alguma coisa com os erros cometidos em um passado não muito distante.
Esse
Brasil que Lula diz que “voltou” parece ser um país que só existe na
cabeça do presidente; um país forjado por seus dogmas, sua
recalcitrância, seu voluntarismo na implementação de políticas públicas e
quiçá por uma gama de sentimentos que possam ter moldado suas visões de
mundo após o período de 580 dias na cadeia.
O
Brasil dos fatos, da realidade implacável que está diante dos olhos de
qualquer observador que não se deixa enviesar pela vaidade ou pelo
fervor ideológico, é o Brasil do retrocesso em mais áreas do que Lula,
alguns de seus ministros e apoiadores teriam coragem de admitir em
público.
Por
óbvio, é indisputável a verdade de que houve guinadas republicanas em
áreas fundamentais para o País, como saúde, educação e meio ambiente,
três dos setores que foram obliterados pela sanha destruidora de
Bolsonaro. A derrota de Bolsonaro, por si só, já foi suficiente para
melhorar a qualidade do ar que os brasileiros respiram. Literalmente,
pois são perceptíveis os esforços da nova administração federal para
reconstruir o aparato de proteção ambiental que conferiu ao Brasil um
soft power nessa seara que, há décadas, alçou o País à condição de
interlocutor indesviável em fóruns internacionais sobre as mudanças
climáticas.
No
governo de Lula, vacinas, ora vejam, também voltaram a ser tidas como
indispensáveis para evitar mortes, e a cultura deixou de estar sob
ataque permanente para voltar a ser tratada como traço de distinção e
união de um povo, ou seja, um bem a ser preservado.
Mas,
como já dissemos nesta página, não é vantagem alguma Lula posar como um
presidente melhor do que seu antecessor porque é virtualmente
impossível que haja um governo pior do que o de Bolsonaro. De Lula,
esperava-se muito mais do que isso, não só por suas promessas, mas,
sobretudo, pelo arco de apoios que o petista construiu – para além da
esquerda e centro-esquerda – a fim de pôr fim à barbárie bolsonarista.
O
que se viu até agora, no entanto, é igualmente uma política de
destruição de marcos republicanos, tais como a lei das estatais, o marco
legal do saneamento, a reforma do ensino médio, entre outros. É o
voluntarismo megalomaníaco e o improviso de Lula pautando as relações
internacionais do País. É o fisiologismo desbragado na relação entre
Executivo e Legislativo. É a tolerância à invasão de terras pelos
companheiros do MST.
O
Brasil que tantos anseiam por ver de volta é o país que, unido, soube
superar a ditadura militar, consolidar a democracia e derrotar a
inflação e a instabilidade econômica. Com Lula, ao que parece, esse
Brasil não voltará tão cedo.
Postado há 6 days ago por Orlando Tambosi
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