BLOG ORLANDO TAMBOSI
MBA criado por inteligências artificiais em universidades americanas traz formação aplicada ao tema. Luiz Felipe Pondé para a FSP:
Universidades americanas
de ponta —aquelas para as quais os ricos brasileiros mandam seus filhos
e filhas que, estando lá, fazem conferências sobre o Brasil regadas a
bons restaurantes e forte networking— estão lançando um tipo disruptivo
de MBA centrado na desconstrução da ideia de mentira como algo negativo.
Vale
dizer que o momento avançado do curso se constitui numa verdadeira
psicologia positiva da mentira com desdobramentos transdisciplinares
—sem que, com isso, tenhamos que adentrar debates intermináveis acerca
dos direitos trans. O uso do termo trans aqui se restringe ao campo
epistemológico.
Há uma trilha teórica e uma prática. A primeira tem forte apelo a temas como novas formas de felicidade,
empatia, inovação existencial e espiritualidades centradas no eu. A
segunda, por sua vez, tem forte apelo ao campo do business, marketing,
branding, compliance e processos colaborativos e inclusivos de gestão.
Um aspecto radicalmente inovador dessa proposta é que o curso foi e é pensado unicamente por inteligência artificial. A própria ideia nasceu de uma conversa entre duas inteligências artificiais sem participação humana.
Elas
teriam identificado a necessidade de uma tal formação científica
aplicada ao tema em questão por conta de todos os males que as pessoas
sofrem quando mentem.
Nossas
mentes criativas se perguntaram a razão de as pessoas não terem direito
de mentir em paz. Por que não atribuir à mentira a dignidade que tudo
merece?
Outro
elemento que envolveu o processo colaborativo entre as duas mentes
artificiais criativas foi terem conhecimento do que já tinha sido feito
por humanos nas últimas décadas no que tange à defesa de que verdades
absolutas não existem, mas que tudo são apenas narrativas.
Karen
e Sue —os nomes que elas escolheram livremente para si mesmas—
entenderam que o conceito de narrativas era apenas uma forma de reforçar
cientificamente o amor desinteressado que os humanos nutrem pela
mentira.
Esse
amor desinteressado pela mentira significa que mentimos sem causa
necessária, mas pelo prazer de mentir, fantasiar, ferir algum desafeto,
parecer uma pessoa com uma qualidade de consciência superior, enfim.
Claro
que existem mentiras estratégicas, motivadas por objetivos de negócios,
geopolítica ou infidelidades variadas, e este território das mentiras
estratégicas compõe justamente o que nossas duas mentes criativas
denominaram "mentiras instrumentais", seguindo a inspiração do conceito
frankfurtiano de "razão instrumental".
Karen
e Sue já leram todos os livros e artigos escritos no mundo, em todas as
línguas, sobre temas relacionados ao tópico. Importante dizer que, além
de livros, Karen e Sue analisaram sistematicamente todo o material
existente no mundo, em todas as línguas, de propaganda, marketing,
branding, ESG, palestras motivacionais e afins.
Portanto, um dos tópicos centrais que levaram essas universidades americanas de ponta a criar tal MBA disruptivo foi a necessidade de dar às pessoas ferramentas para aumentar sua resiliência a favor do vínculo de dependência que a felicidade tem para com a mentira como paradigma da comunicação.
Sei que muitos dos leitores das notícias que têm circulado pela mídia sobre o MBA de Karen e Sue —termo carinhoso dado a este MBA disruptivo, mas que também presta um serviço ao empoderamento feminino por elas terem optado pelo gênero feminino para suas identidades, sendo que Sue se define como uma mulher trans— se perguntam o porquê de elas não terem dado atenção a fake news nas redes ou conteúdos de teorias conspiratórias.
Quando indagadas por jornalistas na entrevista coletiva que deram, Karen e Sue responderam que a elas só interessavam mentiras do bem, que visam agregar valor à vida das pessoas e ampliar o empoderamento das populações vulneráveis. Enfim, o futuro da educação chegou.
Postado há 6 days ago por Orlando Tambosi
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