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Quando o caldo entorna, petista camufla suas pegadas com falsas narrativas, ecoadas e legitimadas por comunicadores amigo. Felipe Moura Brasil para o Estadão:
Em Portugal, Lula negou (“eu nunca igualei os dois países”) o Lula da China
(“a guerra só está interessando, por enquanto, aos dois”), o Lula dos
Emirados Árabes Unidos (“a decisão da guerra foi tomada por dois
países”; Putin e Zelenski não tomam “a iniciativa de parar”), o Lula do
Brasil (“quando um não quer, dois não brigam”) e o Lula da revista Time
(“ele é tão responsável quanto o Putin, porque numa guerra não tem apenas um culpado”).
Para
Lula mudar de princípios, basta mudar Lula de ambiente. Repercutindo a
propaganda russa, ele vem adulando com falsas equivalências o tirano que
mandou invadir e atacar um país democrático vizinho; culpando a vítima
pela invasão; e acusando os EUA e a Europa, que saíram em socorro da Ucrânia, de incentivarem a guerra e darem “contribuição para a continuidade” dela.
Como
calhou de Portugal ficar na Europa, Lula foi questionado por uma
repórter local “se mantém essas palavras” e, enquanto pensava em como
sair da saia-justa, precisou fingir que não entende o português do país
(cobrando que ela falasse “mais perto do microfone” e, diante da
repetição, dizendo “sinceramente, eu não consigo entender”), até que seu
homólogo, Marcelo Rebelo, “traduziu” a pergunta em seu ouvido e ele
descaradamente negou as falas anteriores.
Lula é uma negação. Um negacionista de si próprio. Seus métodos não mudam.
Quando membros do Gabinete de Segurança Institucional apareceram com golpistas
em cenas do 8 de janeiro, Lula vazou, por exemplo, a alegação de que
havia pedido reiteradas vezes a Gonçalves Dias acesso às imagens das
câmeras de segurança do Palácio do Planalto e tinha ouvido do então
ministro-chefe do GSI que não seria possível. Por isso, alegaram
aliados, ficou bastante irritado.
Há
gente ingênua para acreditar, de novo, que, mesmo tratando-se de
indicado dele, de sua mais alta confiança, Lula não sabia de nada e foi
traído, o expediente número 1 do playbook lulista, também usado no
mensalão. O governo, revelou o Estadão, ainda tentou esconder até 2028 as imagens, que indicam, segundo o ministro do STF Alexandre de Moraes,
“a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança
interna”, “inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos
agentes do GSI”.
Quando
o caldo entorna, Lula camufla suas pegadas com falsas narrativas,
ecoadas e legitimadas por comunicadores amigos, todos eles com empregos
garantidos durante seu mandato em mercados dependentes de verbas de
governo, como os de TV e rádio.
É um cinismo sem fim.
Postado há 6 days ago por Orlando Tambosi
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