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Evento online promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e a Fundação Konrad Adenauer (KAS) nesta quarta-feira (24) reuniu pesquisadores e economistas para debater os impactos da pandemia nas cadeias de produção, a falta de insumos e a ‘desglobalização’. “Assistimos ao choque entre oferta e demanda por causa da crise e da pandemia, a paralisação da produção devido aos lockdowns dos países. Assim como ocorreu nos furacões, com falta de peças automotivas, na pandemia, vimos falta de insumos hospitalares, como máscara”, disse Otaviano Canuto, economista e diretor do Center For Microeconomics and Development.
Para Renato Baumann, economista e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), além da carência de insumos, problemas logísticos que ocorreram na pandemia colocaram em debate a regionalização das cadeias produtivas. “Antes era mais considerados os custos de mão de obra, mas atualmente tem-se privilegiado a remuneração de mão de obra mais qualificada e a localização das unidades produtivas também foram reconsideradas.”
A relação econômica entre os países é uma questão fundamental para acordos. A tensão entre China e EUA ficou mais profunda, o que trouxe mais desafios para a produção regional. Baumman mencionou que “a decisão pela escolha de padrões técnicos de EUA, China ou União Europeia prejudica o potencial de comercialização”. Os grandes acordos envolvendo economias de peso representam um desafio para países não signatários. Ele alerta que “o risco de desvio de comércio e oportunidades são reais, o que deveria acender alerta para o Brasil”. O país, segundo ele, é “mais observador do que firmador de acordos.”
Sandra Rios, Senior Fellow do CEBRI, chamou a atenção para o fato de que estamos em uma região pouco favorável à regionalização da cadeia de produção e que “o Brasil não exerce liderança para desenvolvimento de cadeia de valor na região da América do Sul”, sendo ainda muito dependente dos países asiáticos para a exportação de produtos. “O Brasil importa, mas não consegue melhorar a produtividade”, avaliou Rios.
O webinar completo pode ser conferido no canal do Youtube do CEBRI ou diretamente pelo link.
CEBRI - Imprensa
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