O
prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), e o governador da Bahia, Rui
Costa (PT), precisam chegar a uma definição sobre o Carnaval de 2022 até
a próxima segunda-feira (15). Esse foi o prazo dado pela Comissão
Especial de Acompanhamento da Retomada dos Eventos da Câmara Municipal
de Salvador (CMS), que aprovou um relatório, nesta terça-feira (9), com
10 recomendações sobre como deve ocorrer a festa após a pandemia da
covid-19. O documento foi obtido com exclusividade pelo jornal Correio.
A Comissão indica aos gestores que o Carnaval será de forma reduzida.
Pelo texto, não haveria Fuzuê, Furdunço ou Pipoco: a festa terá, no
máximo, sete dias, e não 10, como oficialmente acontece. Para entrar na
folia, é preciso apresentar o comprovante de vacinação com as duas doses
da vacina contra o novo coronavírus, que serão conferidos por meio de
acessos e portões de controle, com a ajuda da Polícia Militar da Bahia
(PM-BA). A entrada de turistas nos portos e aeroportos será controlada
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O vereador
Claudio Tinoco (DEM), presidente da Comissão, ressalta que o documento é
uma recomendação e um resultado das opiniões ouvidas nas duas
audiências públicas realizadas. Portanto, as medidas não são
obrigatórias ou arbitrárias. “Este é o prazo limite para que as
providências no âmbito do poder público e da iniciativa privada tenham
condições de serem executadas. Uma licitação pode levar 90 dias para ser
concluída, sem contar com o lançamento e comercialização dos blocos e
produção”, explica Tinoco. De segunda (15/11) até 23 de fevereiro, data
do Carnaval 2022, o período é de 100 dias. Além de Claudio Tinoco, a
Comissão que discute a retomada de eventos na Câmara é formada por oito
vereadores: o vice-presidente Anderson Ninho (PDT), André Fraga (PV),
Cris Correia (PSDB), Daniel Alves (PSDB), Leandro Guerrilha (PL), Marta
Rodrigues (PT), Ricardo Almeida (PSC), e Sílvio Humberto (PSB). Com
exceção de Silvio Humberto e Marta Rodrigues, os demais aprovaram o
documento, que inclui também dados de queda dos indicadores da pandemia e
aumento da vacinação. Os parlamentares defendem zero limitação de
público, para os espaços que vendem ingressos - mínimo de cinco mil
pessoas ou lotação máxima. “Fizemos comparação com outras cidades
brasileiras que já autorizaram público maior que duas mil pessoas. Menos
que isso, inviabiliza uma série de eventos na cidade, como o Festival
de Verão. É preciso que a gente tenha uma liberação para cima de cinco
mil pessoas ou 100% da capacidade, não só para o Carnaval, mas para
outros eventos de verão”, completa o vereador. A sugestão da Câmara é
de que o tema do Carnaval de 2022 seja em homenagem às vítimas da
covid-19, aos profissionais da saúde e à vida. “Queremos que seja um
marco de superação da pandemia, demonstrando paz e vibração”, argumenta o
vereador. Sobre o comprovante de vacinação, a Câmara acredita que possa
incentivar a população a se vacinar, já que será requisito para entrar
na folia. Claudio Tinoco acrescenta que não há consequência legal se o
prefeito e governador não anunciarem o Carnaval de 2022 até 15 de
novembro. Contudo, a demora inviabiliza a realização do evento e pode
ser entendido como um cancelamento tácito. De acordo com o presidente do
Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), Flávio Emanoel, o adiamento
pode ser de alguns dias, mas, se até dezembro não for batido o martelo,
não haverá condições de fazer a festa. “Já era para ter definido 70 dias
atrás. A gente entende o receio, mas acho que não tem que passar de
segunda-feira, porque já está muito apertado. Ninguém está aqui sendo
genocida, querendo que tenha Carnaval a qualquer custo."
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