O presidente perde a chance de se livrar da esquerdista radical Saule Omarova, a indicada para fiscalizar um sistema financeiro cuja destruição ela prega. Vilma Gryzinski:
Você
acredita que o presidente Joe Biden goza de boa saúde? À pergunta feita
por pesquisadores, 50% dos entrevistados responderam que não. É
praticamente igual o número de americanos – 48% – que desconfiam da sua
acuidade mental.
Soa
como exagero. Para um homem de 78 anos, Biden está fazendo um bocado de
coisas. Inclusive as erradas, como perder a oportunidade de se livrar
de uma de suas indicações mais malucas, a de Saule Omarova, uma
professora de direito cheia de ideias tortas.
A
chance apareceu quando aflorou que em 1995 foi detida por furto de
loja, em na cidade de Madison, Wisconsin. Como era primária, o processo
acabou arquivado. Foi tudo resultado de um “mal entendido”, defendeu a
Casa Branca.
Pode
ser que, agora, Omarova seja gentilmente persuadida a retirar o seu
nome como diretora da Controladoria da Moeda, o que tranquilizaria não
apenas os congressistas republicanos apavorados com as ideias dela, mas
também democratas mais sensatos – e em posições mais sensíveis para a
reeleição na eleição do ano que vem.
Saule
Omarova nasceu no Cazaquistão e estudou direito na Universidade de
Moscou. Deveria, portanto, ser um farol de oposição a ideias dirigistas
na economia, para não mencionar o conjunto da obra do comunismo,
formidavelmente fracassado até o ponto da autoextinção.
É
possível que, em contato com o esquerdismo chique vigente no mundo
acadêmico, inclusive na Universidade de Cornell, onde leciona, Saule
Omarova tenha dado outra volta no pêndulo.
Algumas
de suas declarações e ideias são simplesmente espantosas. Ela prega o
fim do Federal Reserve, o banco central americano, na forma como existe
hoje. Ao mesmo tempo, acha que o Fed deveria concentrar todas as contas
bancárias do país. Sem correntistas, os bancos privados também deveriam
perder a capacidade de fazer empréstimos bancados pelo governo.
Isso representaria o fim do sistema bancário “tal como o conhecemos”. Ou o fim do capitalismo.
Omarova
é o tipo de luminar do mundo acadêmico que acha engraçado defender
ideias absurdas e até usar termos chulos. Fez até um documentário com
palavrão no título para pregar que a cultura dos fundos de investimentos
dominante em Wall Street é uma ********.
Quando
confrontada no espaço público mais geral, ao qual chegou pela nomeação
para um cargo importantíssimo no governo, veio com o blá-blá-blá
habitual: está sendo visada porque é mulher, imigrante, minoria racial e
por aí vai.
Além de pregar a falência dos bancos, ela também já disse que gostaria de ver a indústria do petróleo quebrar inteiramente.
Greg
Abbott, o governador republicano do Texas, onde a indústria petrolífera
é fortíssima, escreveu uma carta, endossada por seis senadores, nada
amistosa a Biden, pedindo que reconsiderasse a indicação.
“Quando
a doutora Omarova prega a falência da indústria do gás e do petróleo,
mostra total desconsideração pelas centenas de milhares de americanos
que trabalham nessa indústria”.
“A
senhora Omarova não quer apenas nacionalizar o sistema bancário, ela
também quer que os reguladores do sistema dirijam toda a economia”,
espantou-se Pai Toomey, depois da primeira sabatina da nomeada no
Senado.
“Nunca vi nada semelhante”.
Saule
Omarova é uma espécie de versão de realidade aumentada de Anita Dunn, a
alta assessora de Barack Obama que acabou saindo do governo por uma
palestra na qual mencionou “dois dos meus filósofos políticos favoritos,
Mao Tsé Tung e Madre Teresa”.
É
claro que ela estava tentando ser engraçada ao colocar dois personagens
tão díspares lado a lado. Mas nos Estados Unidos ainda não pega – ou
não pegava – bem se referir com tanta admiração ao homem responsável não
só pela morte de milhares de americanos na Guerra da Coreia, como pela
de dezenas de milhões de chineses.
Anitta
Dunn voltou ao governo com Joe Biden, mas já está fora dele – saiu para
fazer o que tantos outros fazem, trabalhar numa empresa de lobby. As
tentações do capitalismo são irresistíveis.
Saule
Omarova já disse que vivia num regime totalitário e escreveu uma tese
intitulada “A Análise Econômica de Karl Marx e a Teoria da Revolução em O
Capital” porque era assim que as coisas funcionavam na extinta União
Soviética.
O soviete de Cornell deve achar o máximo. E considerar o episódio de furto – ou desapropriação – uma prova do racismo americano.
Com
um índice de desaprovação já batendo em 53%, dúvidas crescentes sobre
sua aptidão física e mental, inflação em alta e crise na cadeia de
produção, Joe Biden não precisa de Saule Omarova para complicar sua
vida. Talvez ache que tem um dever de lealdade com sua nomeada, talvez
reze à noite para o problema se resolver por si mesmo.
Não é uma boa tática, mas pode ser que acabe dando certo.
BLOG ORLANDO TANBOSI
Nenhum comentário:
Postar um comentário