Os aumentos quase diários e insuportáveis dos combustíveis derivados do petróleo lança sérias dúvidas sobre a validade da campanha “O Petróleo é Nosso”,desencadeada a partir de 1948 ,que inclusive teve o engajamento político e “literário”do renomado escritor Monteiro Lobato.
Não existe qualquer dúvida sobre o grande mérito da iniciativa de “criação” da Petrobrás,antecedida pelo “Centro de Estudos e Defesa do Petróleo”,durante o desmonte do “Estado Novo”,em 1948,cujo principal objetivo seria a nacionalização da extração do petróleo nas áreas sob jurisdição brasileira,substituindo as importações pela produção e refino próprios,na intenção primordial de “nacionalização” e“barateamento” desses produtos, com grande repercussão no “bolso” dos consumidores e na própria economia.
Após o retorno de Getúlio Vargas à Presidência da República ,em 1951,que já governara sob outras “modalidades”,entre 1930 e 1945,dessa vez “eleito”,foi enviado ao Congresso o projeto de lei de criação da “Petróleo Brasileiro S.A-Petrobrás”,o qual foi aprovado em setembro de 1952,com monopólio estatal sobre o petróleo,porém mantidas as refinarias estrangeiras já existentes e a “distribuição” por particulares,nacionais ou estrangeiros. A Petrobrás foi criada através da lei 2.004/52,fixando monopólio da União na extração e produção do petróleo,com exceção da distribuição dos derivados.
Mas o monopólio do petróleo acabou durante o governo do “tucano” de FHC,em 1997,com a aprovação da lei 9.478/97,que revogou a lei 2.004/52,acabando com o monopólio estatal do petróleo.
Pelas informações disponíveis,nenhuma “gota” do petróleo extraído do solo brasileiro serve para as refinarias da própria Petrobrás,que só aproveita e “trabalha” o petróleo “leve”,extraido e importado de outras regiões de mundo. O petróleo “pesado”,que é o “caso” brasileiro,é integralmente exportado para outros países que possuem refinarias apropriadas.
Mediante essa inusitada situação,o Brasil acaba exportando um dos tipos de matéria prima para produção de combustíveis e outros derivados do petróleo,ou seja,o petróleo “pesado”,e concomitantemente importa o petróleo “leve”,e toda a gasolina e óleo diesel necessários para o consumo dos brasileiros.
A pergunta que se impõe: por que as autoridades públicas e administradores responsáveis não investiram desde o início no refino do petróleo produzido em terras brasileiras,transformando-o em gasolina e óleo diesel,além de outros derivados do petróleo,ao invés de depender da importação do petróleo “leve”?
Como alguns brasileiros,frente a essa situação real, ainda conseguem “gozar” da pretensa “burrice” dos portugueses no anedotário pátrio? Será que os portugueses cometeriam esse mesmo tipo de “desatino” praticado pelos brasileiros responsáveis por essa política “burra”? De exportar petróleo crú que só serve para outros, e importar combustíveis e outros petróleos (“leves”) para refino da Petrobrás?
Não seria coisa de país atrasado e políticos e governantes “burros”só exportar petróleo de um tipo sob a forma de “commodities”,e importar outros tipo de petróleo,para refino,gasolina e óleo diesel? Quem é o verdadeiro “português”,o “burro”,nessa “história”,afinal?
“Além do mais”,hoje a Petrobrás não está mais a serviço dos interesses do povo brasileiro,como deveria ser pela sua concepção,porém a serviço dos “interesses” dos ladrões do erário- onde principalmente a esquerda tem “doutorado”- que roubaram quase metade da empresa,tudo comprovado pelas operações policiais e do Ministério Público Federal,chamadas “Petrolão”,e “Lava Jato”. Quanto os brasileiros pagam por essa roubalheira na “bomba” seria oportuno apurar!!!
Mas os problemas da outra “roubalheira” sobre os preços da gasolina e óleo diesel na ”bomba”está certamente em que o formato jurídico e econômico que deram à Petrobrás “exige”o máximo de rendimentos aos seu investidores em ações ,nacionais e estrangeiros. Hoje a gasolina custa mais caro no Brasil,que produz petróleo,do que no Uruguai,que não produz uma só gota desse produto. Na Venezuela,do “tirano” Maduro,que tem monopólio estatal do petróleo, o litro de gasolina custa R$ 0,17 (dezessete centavos),menos que uma garrafinha de água para beber. Lá, o tanque de um carro se enche com R$ 5,oo (cinco reais).
Como explicar essas distorções entre países vizinhos,ambos “autosuficientes” em petróleo?
Como justificar as “amarras”jurídicas colocadas na Petrobrás que impedem o“acionista controlador” (ações com direito a voto),a União Federal,representada pelo Presidente da República,de intervir nesse verdadeiro “festival” de aumentos quase diários dos combustíveis,no exclusivo interesse dos ladrões e investidores,”contra” o povo brasileiro?
“It’s the question”!!!
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