O preço médio do País ficou em R$ 5,982 o litro na semana passada, alta de 0,5% em relação à semana anterior.
Por Denise Luna
O
preço do litro da gasolina já ultrapassa os R$ 7 em três regiões do
País - Norte, Sudeste e Sul -, segundo dados da Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) referente à semana de 22 e
28 de agosto. O combustível acumula alta de 2,2% no mês e de 51% no
ano, e tem como principal fator de alta o câmbio, aliado ao aumento
do petróleo no mercado internacional.
O preço mais alto da
gasolina foi encontrado pela ANP em Bagé, no Rio Grande do Sul (R$
7,219/litro), e o mais baixo foi visto em alguns municípios de São
Paulo, inclusive a capital (R$ 5,099/litro). O preço médio do País ficou
em R$ 5,982 o litro na semana passada, alta de 0,5% em relação à semana
anterior.
De acordo com o economista-chefe da Ativa
Investimentos Étore Sanchez, a desvalorização do real e o preço do
petróleo no mercado internacional são os principais fatores que elevam o
valor da gasolina na refinaria da Petrobras, mas também afetam os
impostos que incidem no preço final nas bombas dos postos.
“O
imposto é representativo no preço final da bomba, mas ficou alto por
conta do petróleo internacional e do câmbio”, explica, prevendo que o
petróleo deverá continuar oscilando em torno dos US$ 70 e o câmbio entre
R$ 5,20 e R$ 5,30 por dólar este ano.
De acordo com
Petrobras, os impostos correspondem a 39,1% do preço da gasolina na
bomba, enquanto a fatia da empresa é de 33,6%, o etanol pesa 16,9% e a
revenda/distribuição fica com os 10,4% restantes.
Sanchez
afirma que são inúmeros os impactos da alta na gasolina na economia,
sendo o mais imediato no bolso do consumidor, porque os salários não
estão acompanhando a inflação.
“O salário não se corrige na
mesma velocidade dos insumos e alguns (insumos) acabam roubando a
representatividade de outros, principalmente quando são essenciais”,
avalia Sanchez, dando como exemplo pessoas que usam o carro para
trabalhar e substituem outras possíveis aquisições para poder
abastecer.
“Quem costuma poupar também vai poupar menos e,
como grande parte da população vive no limite de renda, ocorre a
substituição de proteínas, deixando a carne bovina e passando para carne
suína, frango, ou mesmo o ovo”, explica.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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