O critério da antiguidade é uma regra importante no meio militar para a determinar os comandantes.
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Após a demissão da cúpula das Forças Armadas, o novo ministro da
Defesa, Walter Braga Netto, anunciou hoje novos chefes para comandar a
Marinha, o Exército e a Aeronáutica. Braga Netto se reuniu nesta
quarta-feira, 31, com os principais nomes cotados para os postos, e
decidiu pela nomeação do general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira para o
Exército.
A discussão sobre a escolha envolveu o critério da antiguidade, uma regra importante no meio militar para a determinar os comandantes. Havia uma preferência pelo nome do comandante militar do Nordeste, general Marco Antônio Freire Gomes, que é mais “moderno” do que outros seis generais. Bolsonaro foi aconselhado a considerar opções para não criar atritos com generais mais experientes.
Formado na turma de 1980 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), o general Paulo Sérgio era o terceiro pelo critério de antiguidade, e seria o quinto caso dois outros generais não tivessem passado à reserva nesta quarta. O oficial com mais tempo na corporação era o general José Luiz Dias Freitas. Ele era apontado por deputados, senadores e militares como alguém que se opõe às mais recentes investidas políticas de Bolsonaro na caserna.
A nomeação de Paulo Sérgio para chefiar o Exército pode levar à “aposentadoria” dos colegas mais antigos. Isso porque eles passam à reserva quando um oficial mais “moderno”, com menos tempo de Exército, é alçado ao comando. A aposentadoria não é uma regra compulsória, mas costuma ter força de norma não escrita nos quartéis. Os oficiais costumam pedir para deixar a ativa como forma de não serem comandados por um antigo subordinado, uma inversão na hierarquia.
Em 2015, a então presidente Dilma Rousseff (PT) ignorou essa prática e escolheu de uma lista tríplice o general Eduardo Villas Bôas, que à época era comandante de Operações Terrestres. Villas Bôas era o terceiro na ordem de antiguidade. Ela foi a última a desconsiderar o critério, mas também houve casos anteriores, nos governos Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.
Fonte: Estadão Conteúdo
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