Os oficiais procuram entender ainda por que Braga Netto apostou em um nome que não compartilha com o discurso negacionista de Bolsonaro
Foto: Divulgação
Ainda há silêncio entre os oficiais de patente mais alta, e que
costumam trocar análises e impressões por aplicativos e nas redes
sociais, sobre os novos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica
anunciados pelo ministro da Defesa, general Braga Netto. Em grande
parte, pela surpresa que causou a escolha do general Paulo Sérgio
Nogueira para comandar o Exército.
Nogueira é considerado linha dura na corporação, mas levou uma reprimenda pública do presidente Jair Bolsonaro por ter afirmado que a terceira onda do Covid-19 aconteceria no Brasil. Os oficiais procuram entender ainda por que Braga Netto apostou em um nome que não compartilha com o discurso negacionista de Bolsonaro, e como isso repercutirá no governo.
A posição do novo comandante em relação à pandemia pode causar desacertos com o presidente. Bolsonaro voltou a criticar medidas de fechamento para deter novos casos da Covid-19 hoje, depois da primeira reunião do comitê que criou para discutir políticas públicas de enfrentamento da pandemia. Agora, no lugar de um general que atraiu sua ira por se recusar a usar o peso do cargo para apoiá-lo politicamente, terá um general que publicamente se contrapôs à sua postura de tentar minimizar a gravidade do novo coronavírus.
Paulo Sérgio ainda terá uma outra missão: debelar a insatisfação dos praças com as políticas salariais e de benefícios, que se alastra de uma forma silenciosa mas constante nos quartéis. Ou será um forte para silenciar estes descontentamentos, que atingem o prestígio de Bolsonaro entre os militares de patente mais baixa, ou silenciará diante do peso do cargo.
Fonte: Agência O Globo
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