A
notícia de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu
autorização para a Fiocruz importar dois milhões de doses da vacina de
Oxford contra a Covid-19 não significa que a imunização será nos
próximos dias. Pelo contrário: existe uma série de burocracias e
procedimentos a serem cumpridos que podem empurrar o início da vacinação
dos brasileiros para o fim de janeiro ou início de fevereiro. O que a
Anvisa autorizou foi apenas a importação. A Fiocruz ainda não fez o
pedido formal de uso emergencial da vacina para a agência.
De posse desse pedido, seguido da documentação exigida pelo
laboratório, a Anvisa tem até dez dias para emitir essa autorização.
Amanhã, técnicos da Fiocruz vão se reunir com a equipe da agência para
tirar as últimas dúvidas sobre a documentação necessária. A expectativa é
de que a Fiocruz faça o pedido do uso emergencial na quarta-feira (6).
Nesse pedido, o laboratório deve informar quantas doses serão aplicadas e
em qual população. Pela norma, a agência tem até dez dias para emitir a
autorização de uso. No entanto, técnicos da agência acreditam que isso
será feito em menos de dez dias, porque as conversas entre o laboratório
e a Anvisa já estão bastante adiantadas. Depois que a autorização de
uso emergencial foi emitida, é preciso aguardar a chegada do lote de
vacinas comprados da Índia. Quando os insumos chegarem ao aeroporto, a
Anvisa precisa checar se eles estão de acordo com as especificações
encaminhadas pela Fiocruz antes de liberar a entrada do lote no país.
Somente depois de cumprido todo esse procedimento, o governo poderá
agendar a vacinação. Laboratórios particulares também podem pedir a
importação de vacinas, nos moldes que a Fiocruz fez. O procedimento é o
mesmo. No entanto, de acordo com a legislação, a Anvisa prioriza a
análise dos processos dos governos estaduais e do Ministério da Saúde.
Ou seja: a vacinação em clínicas particulares ficará para o fim da fila.
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