A espiral ascendente da bandidagem não para de se ampliar desde que a análise marxista substituiu a lei pela tolerância ideológica às suas práticas. Percival Puggina:
O
moço na TV era um de muitos, no mundo acadêmico e nos meios de
comunicação, que fazem análise marxista até sobre chinelo velho. Em toda
oportunidade se referem aos artefatos e serviços de proteção que usamos
como se equivalessem às defesas com que os grandes traficantes se
cercam em seus bunkers.
Descrevem
uma realidade que domina a paisagem urbana das cidades brasileiras,
como sendo coisa de gente preconceituosa, paranoica e indiferente à
miséria alheia. Dizem-nos assim: "Vocês se isolam do mundo, cultivam
preconceitos, matriculam os filhos em escolas particulares também
protegidas por grades e agentes de segurança". No entanto, bem sabemos
todos quanto esses cuidados são indispensáveis num país onde o crime
espreita em cada esquina, porta de garagem, restaurante ou agência
bancária.
A
espiral ascendente da bandidagem não para de se ampliar desde que a
análise marxista substituiu a lei pela tolerância ideológica às suas
práticas. Ao mesmo tempo, o Estado passava a gastar mais e mais consigo
mesmo do que com suas funções essenciais. A violência aumenta pelo
simples fato de que há criminosos em excesso circulando livremente em
nossas ruas e estradas. E o sujeito da telinha, embora não tenha
referido isso, certamente afirmaria, se lhe ocorresse, que “prender não
resolve”. Claro que só prender não resolve, mas, ainda assim, resolve
mais do que a impunidade, resolve mais do que o “não dá nada”.
Outro
dia escreveu-me um leitor queixando-se dos golpistas que telefonam
pedindo dinheiro através do Whatsapp (truquezinho idiota que virou uma
praga). Respondi a ele que isso só acontecia porque quando viesse a
ocorrer a improvável prisão de um tipo desses, não faltaria quem
mandasse soltá-lo com méritos de bom cidadão por se dedicar a um golpe
de tão baixa lesividade.
Sujeitos
como o de nariz torcido na telinha da tevê querem provar, com ares
solenes e doutas perspectivas, que somos os réus dos crimes que contra
nós praticam; que somos uma espécie de celerados sociais, atemorizados
com as consequências dos males que advêm de nossa resistência às suas
fracassadas utopias, às suas estrelas e bandeiras vermelhas. Proclamam
que existem pobres porque existem ricos.
Rematadas
tolices! Todo o posto de trabalho vem da riqueza gerada pelo setor
privado. Todo! Inclusive o emprego público, remunerado pelos tributos
incidentes onde haja produção. O Estado é um gastador da riqueza gerada
por quem produz. O que mais esperam os desempregados nos países em crise
devido à pandemia é que suas economias nacionais comecem a vender, as
empresas privadas a produzir e a reempregar, e a sociedade volte a
consumir. Há alegria nos mercados quando os indicadores apontam sinais
positivos no mundo dos negócios.
O
que os adoradores do Estado, que sonham com voltar ao poder e dançar
ciranda em torno dos cofres públicos, não contam para você, leitor, é
que a verdadeira concentração de renda, nociva e ativa, empobrecedora,
que paralisa a atividade econômica como picada de cascavel derruba a
vítima, é o Estado que se apropria de quase 40% do PIB nacional. Aí
está a causa da pobreza do pobre: o Estado, esse concentrador de renda
nas próprias mãos. O Estado, que, mesmo quando não se deixa roubar,
sustenta obrigatoriamente incontáveis cortes, gastos secretos, luxos
inauditos e extravagantes comitivas. Como não poderia deixar de ser,
esse Estado entrega aos pobres do país, em péssimas condições, a
Educação, a Saúde e o Saneamento que, se bons fossem, lhes permitiriam
sair da miséria e cuidar bem de si mesmos.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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