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quarta-feira, 1 de abril de 2020

Colômbia relata primeiros casos de coronavírus entre povos indígenas

Postado em 01/04/2020 1:44 DIGA BAHIA!
Os dois primeiros casos de coronavírus entre povos indígenas da Colômbia foram confirmados ontem (31), aumentando os temores de que a doença altamente contagiosa dizime comunidades vulneráveis.
Os casos foram identificados em duas pessoas do grupo Yukpa, que vive em condições de pobreza em um aglomerado de abrigos e barracas em Cúcuta, cidade fronteiriça do norte, de acordo com a Organização Nacional Indígena da Colômbia (Onic), a principal autoridade indígena do país.
Especialistas de saúde dizem temer que o coronavírus se dissemine rapidamente entre comunidades que têm pouca imunidade a doenças comuns na população em geral. Seus sistemas imunológicos muitas vezes são frágeis, e sujeitos a desnutrição, hepatite B, diabetes e doenças respiratórias como a tuberculose, dizem os especialistas.
“Estamos muito preocupados”, disse Maricela Londoño, secretária de imprensa da Onic..
Vários outros casos possíveis estão sendo acompanhados atentamente nas reservas indígenas da Colômbia, acrescentou.
Cerca de 2 milhões de indígenas vivem em 115 grupos diferentes no país, das montanhas do norte à floresta tropical amazônica no sul.
As 56 mil famílias indígenas que moram perto de cidades grandes e pequenas estão particularmente em risco, assim como as que moram em áreas de fronteira, alertou a Onic.
Cúcuta se tornou um dos maiores pontos de entrada de venezuelanos que fogem do caos político em sua terra natal. Membros do povo yukpa vivem nos dois países.
A Colômbia fechou suas fronteiras com a Venezuela, Equador, Peru, Panamá e Brasil, mas as pessoas conseguem atravessar despercebidas. “Isso coloca todos em risco grave”, disse Londoño.
Como algumas aldeias têm dezenas de pessoas ou menos, as mortes do coronavírus podem levar comunidades inteiras à extinção, de acordo com a Onic e grupos de defesa dos direitos indígenas.
No início de março, líderes indígenas de toda a Colômbia orientaram as comunidades a se interditarem, manter estranhos à distância, adotar o distanciamento social e suspender aulas e encontros em terras ancestrais.

Agência Brasil

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