É preciso colocar as
barbas de molho com a vitória da esquerda argentina nas eleições primárias agora realizadas.
Prevenir nunca é demais.
Na verdade existe uma
espécie de identidade entre os”DNAs“ políticos dos argentinos e dos brasileiros
.As razões dessa identidade só poderão ser esclarecidas pelos melhores
antropólogos e psicólogos sociais. Mas
sem dúvida se observa que os erros nas escolhas políticas de qualquer deles
acabam se repetindo nooutro.
Se olharmos com atenção os acontecimentos políticos nesses
dois países,as semelhanças serão notórias. As únicas diferenças consideráveisestarão nos respectivos calendários eleitorais,que
não coincidem, talvez estando aí a explicação
para a pequena diferença de tempo nos acontecimentos de cada país.
Esse “repeteco” histórico entre os dois países apareceu
mais nítido a partir dos anos 60 do século passado. O
Regime Militar começou no Brasil em 1964,durandoaté 1985. Na Argentina, foi de 1966 a 1983.
Com o retorno da sua “democracia”(?),os argentinos acabaram
elegendo Presidente da República o cidadão Raul Alfonsin (1983),em quem
depositaram,com muita festa e até euforia,
todas as suas esperanças de recuperação da Argentina.
Mas o povo argentino
acabou “quebrando a cara”. Mesmo o
festejado plano econômico instalado pelo novo governo, chamado “Plano
Austral”,não deu certo. A demagogia do então governo não demorou a ser desmascarada. As repetidas crises argentinas até se agravaram . Mas o paradoxal
em tudo isso foi que esse tal de “Plano Austral” certamente teria sido
o principal inspirador do “Plano Cruzado”,adotado no Brasil após o término do
Regime Militar do Brasil,em 1985,e colocado “no ar” pelo Governo de José
Sarney, em 1986.
Apesar de ter sido também um plano econômico fracassado,como
fora o Plano Austral, na Argentina, o
Plano Cruzado,doBrasil,conseguiu no
máximo colocar na mesa do pobre galinha
bem barato por alguns poucos meses, com essa “bondade” elegendo
os políticos do partido de Sarney
(MDB) ,como maioria dos
“constituintes” que escreveram a Carta
de 1988,numa escancarada fraude eleitoral,que ficou por isso mesmo.
Mas o “consórcio” político Brasil-Argentina não estacionou por
aí. Continuou acelerado. Em 1989, os
argentinos elegeram um “tipinho” chamado Carlos Menem,que teve Nota
10 como DEMAGOGO, e Nota “0” como governante,sendo absolutamente “repetido” no
Brasil por Fernando Collor de
Mello,eleito Presidente da República no
mesmo ano que Menem,em 1989,logo ”defenestado” do poder por impeachment.
Mas a “marcha fúnebre” entre os dois países prosseguiu intacta.
Em 2003 a esquerda se adonou do poder nos dois países,com os Presidentes
Nestor Kirjner ,depois com a sua mulher,ChristinaKirjner,na Argentina, e com
Lula e Dilma/Temer ,no Brasil . Na Argentina a esquerda continuou mandando até 2015 ,e aqui no Brasil
até 2018,”apesar” de Temer.
Portanto as esquerdas foram tiradas do poder quase
simultaneamente nos dois países, dando
lugar aos “conservadores” Mauricio Macri,em 2015,na Argentina , e Jair
Bolsonaro,no Brasil, com sua eleição em outubro de 2018.
Nessa retrospectiva
histórica, sem dúvida a tendência será a de se repetir no Brasil o que
acontecer com as eleições presidenciais na Argentina no final desse ano de
2019.Se a esquerda vencer lá ,dificilmente acontecerá diferente no Brasil, em
2022. Portanto vai ser preciso cortar a cabeça dessa “cobra”,bem antes, com os meios que se
tornarem necessários.
Com essa vitória da esquerda nas primárias argentinas,as
“cobras”locais certamente irão incrementar
o boicote que já estão fazendo contra o Governo Bolsonaro. Vai acontecer o
mesmo que “eles” já fizeram com Macri,na
Argentina. E Bolsonaro só tem uma saída que
lhe assegure a plena governança ,
evitando a volta da esquerda em 2022. Ela está prevista na Constituição.
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo
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