Pedro do Coutto
O presidente de Furnas, Luiz Carlos Ciocchi, em declarações ao repórter Rodrigo Polito, falou sobre o plano de reduzir custos da segunda maior empresa estatal do país. A matéria saiu na edição de quarta-feira do Valor. A redução de custos tem sido uma tônica do governo Jair Bolsonaro, de acordo, aliás, com as diretrizes do plano econômico do ministro Paulo Guedes. Tanto assim que basta examinar o projeto da reforma da Previdência para se alcançar essa certeza que, a meu ver, não preenche por si só o objetivo maior que é o de retomar o desenvolvimento econômico e social do país.
Diminuir despesas não apresenta o mesmo peso que aumentar as receitas.
DESAFIO SOCIAL – Aumentar a receita é aumentar a produção, com isso indo ao encontro do desafio social brasileiro que se encontra em segundo plano. No primeiro plano, devemos colocar qualquer esforço para redistribuição de renda através de um salto de desenvolvimento capaz de resgatar o tempo perdido nas administrações Dilma Rousseff e Michel Temer.
Furnas é a segunda maior estatal brasileira. Sua presença é essencial no fornecimento de energia elétrica, sem a qual nenhum programa de crescimento pode dar certo. Aliás, foi criada exatamente com este propósito, em 1957, pelo presidente Juscelino Kubitschek. Era a base da industrialização que começava a se expandir pelo país, especialmente com as indústrias automobilística e de construção naval. Sem energia não há progresso.
O mesmo dilema volta a se destacar na atual fase brasileira cujo aumento do PIB tem de ser compatível pelo menos com o índice de crescimento populacional. A cada ano surgem no Brasil 2 milhões de crianças. Mas se surgem 2 milhões de crianças é porque os mesmos 2 milhões de habitantes atingem invariavelmente mais um ano de vida. Governar é voltar os olhos para o futuro, enfrentando os desafios da época.
REDUZIR DESPESAS – O presidente de Furnas revelou ao Valor vários planos tópicos da empresa, porém deu mais ênfase à redução das despesas. Esqueceu que investimentos também são despesas e os investimentos não devem sofrer cortes na medida em que sejam afetados em sua realização plena.
Também ontem, numa entrevista ao Globo, o presidente de Furnas revelou estar sendo preparada a privatização da empresa. Este processo não é simples, sobretudo porque, mesmo sob a ótica financeira, no momento em que um governo anuncia como seu projeto a privatização de uma estatal de tal porte, essa afirmação influi negativamente na questão do preço. Portanto, torna-se melhor esperar a iniciativa por parte de compradores em potencial, ao invés de se oferecer a mercadoria em condições que jogam o preço para baixo.
O horizonte da economia brasileira a mim parece bem próximo, não havendo espaço para que os pontos concretos do desenvolvimento não se percam de sua condição vital para todos os brasileiros.
O presidente de Furnas, Luiz Carlos Ciocchi, em declarações ao repórter Rodrigo Polito, falou sobre o plano de reduzir custos da segunda maior empresa estatal do país. A matéria saiu na edição de quarta-feira do Valor. A redução de custos tem sido uma tônica do governo Jair Bolsonaro, de acordo, aliás, com as diretrizes do plano econômico do ministro Paulo Guedes. Tanto assim que basta examinar o projeto da reforma da Previdência para se alcançar essa certeza que, a meu ver, não preenche por si só o objetivo maior que é o de retomar o desenvolvimento econômico e social do país.
Diminuir despesas não apresenta o mesmo peso que aumentar as receitas.
DESAFIO SOCIAL – Aumentar a receita é aumentar a produção, com isso indo ao encontro do desafio social brasileiro que se encontra em segundo plano. No primeiro plano, devemos colocar qualquer esforço para redistribuição de renda através de um salto de desenvolvimento capaz de resgatar o tempo perdido nas administrações Dilma Rousseff e Michel Temer.
Furnas é a segunda maior estatal brasileira. Sua presença é essencial no fornecimento de energia elétrica, sem a qual nenhum programa de crescimento pode dar certo. Aliás, foi criada exatamente com este propósito, em 1957, pelo presidente Juscelino Kubitschek. Era a base da industrialização que começava a se expandir pelo país, especialmente com as indústrias automobilística e de construção naval. Sem energia não há progresso.
O mesmo dilema volta a se destacar na atual fase brasileira cujo aumento do PIB tem de ser compatível pelo menos com o índice de crescimento populacional. A cada ano surgem no Brasil 2 milhões de crianças. Mas se surgem 2 milhões de crianças é porque os mesmos 2 milhões de habitantes atingem invariavelmente mais um ano de vida. Governar é voltar os olhos para o futuro, enfrentando os desafios da época.
REDUZIR DESPESAS – O presidente de Furnas revelou ao Valor vários planos tópicos da empresa, porém deu mais ênfase à redução das despesas. Esqueceu que investimentos também são despesas e os investimentos não devem sofrer cortes na medida em que sejam afetados em sua realização plena.
Também ontem, numa entrevista ao Globo, o presidente de Furnas revelou estar sendo preparada a privatização da empresa. Este processo não é simples, sobretudo porque, mesmo sob a ótica financeira, no momento em que um governo anuncia como seu projeto a privatização de uma estatal de tal porte, essa afirmação influi negativamente na questão do preço. Portanto, torna-se melhor esperar a iniciativa por parte de compradores em potencial, ao invés de se oferecer a mercadoria em condições que jogam o preço para baixo.
O horizonte da economia brasileira a mim parece bem próximo, não havendo espaço para que os pontos concretos do desenvolvimento não se percam de sua condição vital para todos os brasileiros.
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