MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Modelo ideal para o Brasil é nacional-desenvolvimentista semiestatal de Vargas


A defesa do capital nacional conseguia unir Vargas e Lacerda
Flávio José Bortolotto
Que estamos em crise não há dúvida, mas não se pode aceitar a tese de que a causa principal da crise seja o modelo nacional-desenvolvimentista semi-estatal, implantado por Getúlio Vargas com a Revolução de 1930 (até 1945), seguido depois em período democrático (1951-1954), e que teve auge no regime cívico-militar de 1964, que usou o Estado como indutor de nossa industrialização e crescimento.
Tivemos em todo o Século XIX e XX até 1930 vigorando o mais desbragado liberalismo econômico com total liberdade de entrada de capitais internacionais, entrou muito pouco, e nunca saímos da pobreza/miséria. Sempre uma economia agrária manual exportadora, de baixíssimo rendimento.
CAPITAL NACIONAL – A nosso ver, o que vai nos tirar da crise é a formação de capital brasileiro que dependa só de nós, a única tese defendida tanto por Getúlio Vargas quanto por seu rival Carlos Lacerda. O capital internacional ajuda, mas como motor auxiliar.
O erro, a meu ver, não foi a escolha do bom modelo econômico nacional-desenvolvimentista varguista, que melhorou muito nosso padrão de vida. Quem nos criou essa crise foram as administrações posteriores. Para ganhar eleições e reeleições, praticou-se empreguismo de cabos eleitorais em tudo, até nas empresas estatais, com excesso de subsídios nas tarifas públicas, excesso de protecionismo interno, mas acontece que o protecionismo tem que ser vigoroso externamente, mas não pode deixar de fomentar a maior concorrência interna etc., etc.
EXEMPLO DA ÁSIA – De qualquer forma, foi o uso do Estado como indutor do crescimento em modelos nacional-desenvolvimentistas tipo varguista que recentemente tirou da miséria os Tigres Asiáticos (Japão, Correia do Sul, Taiwan, Singapura, Hong Kong, Singapura, e depois China, Vietnã etc.).
São países que somente agora, depois de ricos, é que podem pensar em Welfare State. O mesmo aconteceu na Escandinávia, que tem hoje os países mais desenvolvidos do mundo e com melhor distribuição de renda e maior nível de bem-estar social.
Aqui no Brasil, o governo Bolsonaro/Mourão tem que “reduzir o tamanho do Estado”, que visivelmente é maior do que a capacidade da economia real sustentá-lo.
CAPITAL NACIONALAo reduzir o tamanho do Estado que hoje consome 37% do PIB de Carga Tributária e mais 6% do PIB de Déficit Primário (o que leva em conta Amortização e Juros da Dívida Pública), totalizando 43% do PIB, viés de alta, o governo deve fazer essa redução dando maior preferência para o capital privado nacional e priorizando menos o capital internacional.
Não vejo isso ser ressaltado. Pior do que uma economia mista meia mal administrada, como a nossa, é uma economia controlada majoritariamente pelo capital internacional, mesmo bem administrada.
Todos os países subdesenvolvidos só saem dessa condição criando seu próprio capital e junto com ele sua tecnologia. Aliás, essa sempre foi a doutrina econômica de nossas patrióticas Forças Armadas. O Governo Bolsonaro/Mourão deveria ressaltar bem isso. Há enorme diferença entre uma coisa e outra.

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