Coluna de Alexandre Garcia, publicada pela Gazeta do Povo:
Um processo contra o ex-presidente da República Fernando Collor vai
ser arquivado a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Durante dois anos buscaram provas, mas não encontraram e por isso Dodge
acha que pode arquivar.
A Polícia Federal viu indícios de crime, com base em uma delação
premiada, de que Collor teria recebido R$ 800 mil para defender a
Odebrecht. Não ficou comprovado nem que ele pediu, nem que ofereceram e
nem que ele recebeu esse dinheiro.
Por outro lado, a delação premiada de Palocci diz que, de uma verba
de R$ 15 milhões de Lula – que teria sido recebida de André Esteves, o
banqueiro –, teriam sido usados R$ 250 mil para um descanso de Dilma
depois da campanha vitoriosa de 2010, em um resort baiano de luxo a 30
km de Tacaré.
O contrato foi assinado por Jaques Wagner e vi que a locação do local
para Dilma e para todo mundo de 3 a 7 de novembro de 2010 deu R$ 12
mil. Uma senhora diferença, R$ 12 mil para R$ 250 mil.
Digamos que ainda teve um fretamento de um jatinho, mas isso não
passa de R$ 30 mil. Eu achei que essa notícia foi meio factoide, a gente
precisa reconhecer.
O dia do fogo
Eu queria fazer um apelo para a Confederação Nacional da Indústria,
para os pecuaristas do Pará, do Tocantins e do Mato Grosso. Por que não
tomam uma iniciativa de eles próprios serem os cuidadores – a polícia –
do meio ambiente?
O exército, marinha e aeronáutica está entrando nisso. Sete estados
já pediram a proteção deles para evitar queimadas na Amazônia. Mas os
pecuaristas, que são os maiores interessados – porque podem boicotar a
carne brasileira na Europa – deveriam tomar essa iniciativa, se é que já
não estão tomando. A gente não sabe.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, outro dia em um encontro
na Bélgica ficou sendo cobrada pelo comissário da União Europeia – que é
um irlandês de quase dois metros, ela tem 1,60 –, um tal de Phil Hogan.
Ele disse que o Brasil não estava cumprindo as regras de
sustentabilidade e proteção ao meio ambiente. Ela estava dando garantias
de que na cana de açúcar e na pecuária nós estávamos cumprindo nossos
compromissos com o meio ambiente.
Não deixemos, portanto, a nossa ministra da Agricultura, que está
sendo tão boa, ficar mal perante a União Europeia. Aliás, o presidente
da França, Macron, não conseguiu apoio, a não ser o do canadense Justin
Trudeau. O amigo do Bolsonaro, Trump, está do lado do Brasil oferecendo
ajuda, assim como Israel, para apagar o fogo.
Agora, o mais estranho é que tenha saído convocação em redes sociais e
até em jornal, em vários municípios do Pará, para que o dia 10 de
agosto fosse o dia do fogo. Que coisa incrível.
O Ministério do Público do Pará está investigando isso. O governo
federal botou a Polícia Federal para levantar as responsabilidades dessa
convocação irresponsável a respeito da proteção do meio ambiente na
Amazônia.
Macron se deu mal. Claro que ele queria um diversionismo: ele está
mal na França e queria chamar atenção e desviar as coisas para a
Amazônia, bem longe dele. Mas acabou que ele não conseguiu nada a não
ser fechar os brasileiros em torno de um objetivo: a defesa de nossa
soberania.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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