O pesadelo que viveu o marceneiro itabunense Frank Andrade Santos, após
pagar R$ 6.700,00, por implantes com o falso dentista Paulo Enrico
Almeida, é um dos depoimentos para a polícia indiciá-lo à Justiça.
Segundo o delegado Humberto Matos, o inquérito a ser concluído em 20
dias formalizará denúncia por estelionato, falsidade ideológica,
associação criminosa e fornecimento indevido de receitas. Como uma das
dez pessoas ouvidas, Frank contou que foi submetido aos procedimentos na
clínica Hospital do Dente, bairro São Caetano, com o suposto dentista,
há cerca de sete meses. Três dias depois de um implante, porém, ele foi
parar na Upa (Unidade de Pronto-Atendimento) de Itabuna, com hemorragia,
mal-estar, febre e dor de cabeça. E o quadro de infecção foi constatado
por um dentista verdadeiro. A polícia foi acionada e já apreendeu, na
casa do falso dentista e na clínica, materiais usados por ele, jalecos,
bem como máquinas de cartão de crédito. E segue aberta para receber
novas queixas, ao tempo em que também ouve possíveis cúmplices do
acusado. “A clínica mudou de nome para alguém também sem
responsabilidade técnica; soa como uma tentativa de se desvencilhar das
responsabilidades penais e a polícia novamente representa pelo
fechamento, até que apresente profissionais especializados para fazer
implantes”, avisa o delegado. De acordo com o presidente do Conselho
Regional de Odontologia, Pedro Breda, o órgão vem recebendo denúncias
contra falsos dentistas desde o ano passado e medidas administrativas
vêm sendo adotadas. A defesa de Paulo Enrico Almeida alega que ele
apenas estava presente, mas não foi o responsável pelo implante
realizado no marceneiro Frank Andrade Santos.
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