Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4
Cristiano Zanin é um dos advogados de Lula
A Polícia Federal impôs desde março novas regras para o regime
especial de visitas de advogados a Luiz Inácio Lula da Silva, em sua
cela, em Curitiba, o berço da Operação Lava Jato. Desde o dia 14, os
defensores passaram a ter direito a duas horas por dia de contato com o
ex-presidente, limitando-se o número de defensores também a dois. O
episódio faz parte dos problemas que a polícia têm enfrentado com a
permanência do petista encarcerado no local.Nesta quarta-feira, 7, o Supremo Tribunal Federal suspendeu, 7, por 10 votos a 1, a transferência do ex-presidente de Curitiba para o presídio de Tremembé, no interior de São Paulo. A decisão da Corte ocorreu menos de nove horas após a juíza federal Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena do petista, autorizar a mudança. O destino seria a penitenciária II de Tremembé, no Vale do Paraíba, segundo determinou o juiz Paulo Eduardo de Almeida Sorci, coordenador e corregedor dos presídios de São Paulo. Preso desde 7 de abril de 2018, Lula preenche o tempo das tardes e as manhãs de segunda a sexta com a equipe de advogados constituída, em especial, os defensores contratados no Paraná, Manoel Caetano Ferreira Filho e Luiz Carlos da Rocha. Além de representarem juridicamente o petista nos autos da execução da pena, eles cumprem papel de companhia. Os advogados dividem o espaço das visitas ainda com a família e os amigos, nas quintas e os religiosos.
Na cela especial improvisada na sede da PF em Curitiba, de cerca de 15 metros quadrados, isolada da área da carceragem do prédio, Lula recebe seus advogados e passa horas discutindo os casos da Lava Jato, conversando sobre futebol, política, música e contando causos dos anos de presidente e sindicalista, em especial. Desde o dia 14 de março, o núcleo operacional responsável pela custódia dos presos na Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná recebeu ordem para “observar a regra geral estabelecida”, desde 2015, para visitas de advogados a Lula.
No dia seguinte, a defesa do ex-presidente apresentaram um recurso administrativo contra a ordem assinado pelo delegado regional executivo da PF no Paraná, Sérgio Eduardo Busato, e pedindo sua reconsideração. Os defensores de Lula pediram que fosse “assegurado ao executado o direito de entrevistar-se com seus advogados sem as limitações estabelecidas”. A ordem da PF foi de fixar período de duas horas diárias, sendo uma hora pela manhã e uma hora pela tarde. Pediu urgência e acusou “o vilipêndio aos direitos do custodiado”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário