Mulheres também pecam: o episódio do momento envolve a representante
democrata Ilham Omar (negra, muçulmana etc, etc) e um assessor de
campanha. Coluna de Vilma Gryzinski:
É duro, mas impossível não admitir como falsa a ideia de que
mulheres, de esquerda e novatas no mundo da política, cheias de
entusiasmo transformador e ideias novas, pairam acima da lama habitual
do favorecimento a protegidos que transitam do palanque à cama.
Já vimos um caso recente no Brasil por envolver um dos nomes mais
promissores da nova política. Da velha, o exemplo está no topo: a linha
ascendente de funcionária de gabinete, namorada, esposa e atual
primeira-dama do Planalto.
O caso de Ilhan Omar, a linda somaliana que se tornou deputada pelo
Michigan e agressiva representante da ala mais esquerdista já vista no
Partido Democrata, é de cair o queixo.
Numa investigação à moda dos tabloides, com repórteres seguindo os
passos da deputada em vários estados americanos, o Daily Mail demonstrou
o que muitos em Washington já sabiam: Ilham Omar está num novo
relacionamento.
E não com qualquer um. Tim Mynett é um assessor político profissional
, sócio da empresa E Street Group, voltada para candidatos de esquerda.
Começou a ser pago mensalmente pelo comitê de Ilhan Omar em agosto do
ano passado, chegando ao total de 253 mil dólares.
Parece que valeu a pena: Ilhan Omar foi eleita pelo distrito que
abrange toda Minneapolis, a capital do gélido estado de Minnesota, onde
se congregam vários tribos progressistas, a maior população LBGT, em
termos proporcionais, dos Estados Unidos e um grande número de
refugiados das sucessivas desgraças da Somália.
Só para dar uma ideia: seu adversário do Partido Republicano, o
professor Abdimalik Askar, também é somaliano. Suspendeu a campanha no
meio e Ilhan foi eleita com mais de 70% dos votos.
Até recentemente, era uma estrela na constelação de quatro deitadas esquerdistas liderada por Alexandria Ocasio-Cortes.
A poder de declarações escandalosas, de natureza claramente
antissemita, e ataques que repetem os clichês – errados – sobre o
sistema americano, Ilhan conseguiu o sonho de qualquer político: entrar
na mira, e nos tuítes, de Donald Trump, uma garantia de exposição 24
horas.
A verdadeira briga de Alexandria, Ilhan e companhia é contra a velha
guarda do Partido Democrata, um confronto inevitável por representar a
própria essência da luta pelo poder.
Temporariamente, e para não serem acusadas de torpedear a campanha
presidencial, elas estão reconciliadas com Nancy Pelosi, a esperta e
veteraníssima – 79 anos – presidente da Câmara.
Ilhan Omar fez até uma visita à Somália com Nancy Pelosi. Mas a
viagem que realmente conta foi a Los Angeles, onde acabou fotografada
num restaurante italiano de mãos dadas com Tim Mynett.
Marido ou irmão?
Os dois separaram-se recentemente dos respectivos cônjuges. A mulher
de Mynett, 17 anos mais velha – um detalhe inevitável – é uma médica
conhecida em Washington, onde trabalha para o sistema penitenciário.
O casamento de Ilhan Omar é muito, muito mais complicado. Ela já foi
casada duas vezes com “amor da minha vida e pai de meus três filhos”,
Ahmed Hirsi.
Ha indícios sérios de que se separou dele pela primeira vez para se
casar com o próprio irmão, obviamente não identificado como tal, e
permitir assim que se transferisse da Inglaterra, onde já era asilado,
para os Estados Unidos, onde estudaria e teria outros benefícios,
inclusive a nacionalidade, obtidos via uma esposa americana.
Depois, “divorciou-se” e se casou de novo com Hirsi.
Complicação: apresentou declaração conjunta de imposto de renda com o
marido verdadeiro quando ainda era casada com o marido/irmão
supostamente falso.
Mulheres que amam demais e não ultrapassam os limites entre público e privado não são exatamente uma novidade.
A própria Alexandria Ocasio-Cortes já caiu na rede de suspeição por
causa do relacionamento com Riley Roberts, um hipster de barba ruiva,
pago por consultorias.
Mais complicada é o elo com Saikat Chakrabarti, que recentemente
deixou o cargo de chefe de gabinete e manda chuva de AOC. A Comissão
Eleitoral está investigando áreas obscuras do financiamento de campanha.
Chakrabarti criou um grupo para descobrir – financiar – “novos
talentos” na área da esquerda, treinou 30 deles. Só Alexandria foi
eleita. Se ela empregou um sujeito de quem recebeu doações, a coisa se
complica.
Adivinhem qual a linha de defesa de políticas que fazem agrados a seus favoritos? Mulher, negra, latina etc etc etc.
Enquadrando-se só na primeira categoria, Margaret Moran, parlamentar
pelo Partido Trabalhista, alegou que tinha direito a receber o “apoio do
companheiro” para justificar 53 mil libras de despesas em móveis e
reformas na casa dele – na Inglaterra, os desvios monetários de
políticos são de provocar gargalhadas em Brasília.
Renunciou, mas escapou de julgamento na justiça por “problemas mentais”. Quais? Depressão. É para rir ou chorar?
O fato de que mulheres também sejam expostas aos apelos do coração, e
de outras partes do corpo, é rejeitado como uma ofensa feminista
gravíssima.
Até que a coisa venha a explodir. Aí, a cara de pau ajuda.
Guitarrista ou príncipes
Cristina Kirchner, que se cercou de bonitões, incluindo seu vice,
Amado Boudou, ouviu com expressão pétrea quando a mulher de Jorge
Capitanich entrou com cara de louca numa assembleia pública e soltou os
cachorros no ouvido dela.
Capitanich foi chefe da Casa Civil de Cristina. Muitos acreditam que
em mais de um sentido. A ex-mulher dele, Sandra Mendoza, ex-deputada de
uma família de políticos peronistas, é uma estrela do YouTube pelos
vídeos em que aparece bem desarticulada.
O episódio envolvendo Cristina aconteceu depois de uma viagem a Nova
York para a Assembleia Geral da ONU, em companhia de Capitanich.
A relação com Amado Boudou, um ex-roqueiro, cinco anos e dez meses de
cana por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, teve um episódio
doloroso. O serviço secreto gravou uma conversa dele com amigos na qual
dizia: “Como Cristina é feia sem maquiagem”.
O filho e herdeiro político dela, Máximo, ficou furioso, entrou no
gabinete presidencial e, diante de um assessor, gritou: “Como você vai
permitir que este guitarrista te arraste para o lixo?”.
Sem filhos nem ninguém capaz de enfrentá-la ou contestar o poder que
acumulou em doses fenomenais, Catarina, a Grande, a princesa alemã que
derrubou o próprio marido, o czar Pedro III, para reinar sobre todas as
Rússias de 1762 a 1796, não tinha limite nenhum.
Presenteou a Polônia a um de seus amantes, Stanislaw August
Poniatowski. Eleito rei da Polônia e grão-duque da Lituânia, foi o
último soberano da República dos Dois Reinos e teve efeito zero sobre o
furor expansionista de Catarina.
O mais influente amante de Catarina foi o príncipe Grigori Potemkin –
o das aldeias falsas e belas erguidas para agradar a imperatriz durante
o trajeto de sua viagem à Crimeia.
Catarina foi diminuindo a patente e aumentando o número de amantes,
mas ninguém cometeria a tolice de julgar seu intrincado e historicamente
gigantesco reinado pelo número de homens que passavam por sua cama.
Homens ou, bem, não vamos repetir aqui a ”lenda negra” envolvendo a morte da czarina em zoófilas circunstâncias.
É claro que a vida sexual de mulheres poderosas é esquadrinhada de forma diferente daquela dos homens.
É claro que a virtude feminina continua a ser inconscientemente associada a um comportamento sexual estrito.
E é claro que mulheres são capazes de cometer as mesmas ilegalidades
ou imoralidades quando favorecem namorados, companheiros ou maridos com
recursos públicos ou obscuros.
Diante de seus seguidores, ironicamente, o maior problema de Ilhan
Omar será justificar a troca de um marido africano como ela por um loiro
de olhos azuis.
BLOG ORLANDO TAMBOSI

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