Foto: Dida Sampaio/Estadão
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos,
Damares Alves, afirmou nesta quinta (8) que homens não devem apenas
abrir a porta do carro para mulheres, mas também abrir a porta de
fábricas para empregá-las e de partidos, para que tenham mais
representatividade política. “Fui criticada, vereadores, quando eu disse
que nós queremos ensinar meninos na escola a abrir a porta do carro,
ensinar os meninos a abrir a porta para mulher, ensinar a levar flor
para mulher”, afirmou. “Não é para menino abrir apenas a porta do carro,
é para ele abrir a porta da fábrica para dar emprego para a mulher. É
para ele abrir a porta dos partidos para as mulheres terem acesso a
partidos sem precisarem de cota. É para eles abrirem, inclusive, a porta
do parlamento. Precisamos de mais mulheres no parlamento”. “É isso que
nós queremos. Construir uma sociedade igual. A igualdade de direito
entre homens e mulheres”, acrescentou. A declaração foi feita na Câmara
Municipal de Campinas (interior de São Paulo), durante audiência pública
para discutir políticas públicas de proteção a mulheres. Damares chegou
à Câmara por volta das 14:30, sob aplausos e gritos de protesto.
Manifestantes carregavam cartazes escritos “Não me diga como me vestir,
diga a eles para não em estuprar” e “Tchau, querida Dada” (em referência
à frase contra a ex-presidente Dilma que se popularizou em grupos de
direita durante o período do impeachment). Todo o barulho dos opositores
enfureceu as pessoas favoráveis à ministra, que eram maioria na Casa e
carregavam cartazes com corações cor de rosa com o nome da ministra e
gritavam “Ela me representa!”. O embate ficou mais acalorado e a
ministra teve que interromper o discurso em meio a uma crise de tosse.
“Se eu pudesse falar mais baixo, não forçaria tanto a minha voz. Não
estou bem de saúde. Bora continuar!”, disse. Damares falou sobre medidas
de prevenção e combate à violência contra a mulher que serão prioridade
em sua gestão, tais como o ensino da Lei Maria da Penha para crianças a
partir dos 4 anos nas escolas, a capacitação de líderes religiosos para
que acolham vítimas e a criação de espaços cor de rosa nos IMLs
(Institutos Médicos Legais) para que a mulher vítima de agressão a ser
periciada seja tratada com dignidade e se sinta acolhida. “Precisamos
fazer uma grande revolução cultural em defesa da mulher no brasil”,
afirmou. Nesta quarta (7), Damares assinou um pacto para enfrentar a
violência contra a mulher, junto com o ministro da Justiça, Sergio Moro,
e outras autoridades. Na ocasião, o ministro Sergio Moro afirmou que há
homens que recorrem à violência por se sentirem intimidados por
mulheres. Questionada sobre a afirmação pela reportagem nesta quinta,
Damares disse que não iria comentá-la. Damares também falou sobre grupos
“invisibilizados” que terão atenção da pasta que comanda. Entre eles,
mulheres ciganas, idosos e pessoas com doenças raras. Após o fim da
audiência, tirou inúmeras selfies com vereadores e apoiadoras que teciam
elogios à ministra e seguiu para uma concessionária, onde participou de
uma solenidade de entrega de carros para conselhos tutelares de quatro
cidades no interior paulista –Campinas, Guarulhos, Águas de Lindóia e
Votorantim.
Folhapress
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