MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 11 de agosto de 2019

Com nova turma, RenovaBR tenta enterrar desconfianças e se firmar como curso político

POLITICA LIVRE
Foto: Divulgação
Considerado um dos indutores da causa da renovação política na eleição passada, o RenovaBR vê em sua nova turma, de potenciais candidatos para o pleito municipal de 2020, uma maneira de dissipar desconfianças que ainda pairam sobre a entidade. Fundada pelo empresário Eduardo Mufarej, a iniciativa divulgou nesta semana a lista de 1.400 pessoas (14 baianos) selecionadas para o curso, direcionado a líderes que pretendem entrar na vida pública. São pessoas de 445 cidades, em todos os estados, que nunca ocuparam cargo eletivo antes. O número de alunos no RenovaBR Cidades (como foi batizada a iniciativa) é dez vezes maior do que o registrado em 2018, quando 133 pessoas fizeram as atividades de olho em cadeiras no Legislativo. Dos 120 que se candidataram, espalhados por 22 partidos, 17 se elegeram para o Congresso e Assembleias.
Bancado com doações privadas, o projeto tem entre os principais divulgadores o apresentador Luciano Huck, que quase entrou na corrida pelo Planalto em 2018 e é lembrado para 2022. Ele mantém conversas com políticos e partidos. Huck foi um dos incentivadores da criação do Renova, em 2017, ao lado de nomes do PIB como o empresário Abilio Diniz, o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga e o publicitário Nizan Guanaes. Suposições sobre agenda de interesses do grupo se difundiram desde então. A iniciativa chegou a ser chamada de “fundo da burguesia” pelo PSTU, partido de esquerda que se enfureceu diante da notícia de que um filiado se inscreveu na seleção anterior. Para Mufarej, a nova turma será a chance de provar que a iniciativa é, de fato, suprapartidária e não cobra dos beneficiados mais do que compromisso com ética, boas práticas, combate a privilégios e transparência, independentemente de ideologia.
Os porta-vozes da organização insistem que o Renova não é um movimento de renovação política, como o Agora! e o Acredito, que têm causas e posicionamentos. Sempre preferiram se colocar como uma escola para capacitar novos quadros. Para comprovar que os apoiados eleitos não formam uma bancada, citam o exemplo da deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR), que na votação da reforma da Previdência destoou dos oito colegas oriundos do Renova e marcou não ao projeto. Na nova turma, segundo os recrutadores, 59% dos alunos são filiados a legendas e estão distribuídos por 30 partidos -informações detalhadas, contudo, não são divulgadas pelo grupo, sob o argumento de respeito ao sigilo dos participantes. A lista contém apenas os nomes dos selecionados. A reportagem detectou filiados a Novo, Rede, PSB, MDB, Cidadania, PSDB e PSOL.
O debate sobre supostas agendas ocultas de organizações afeitas à bandeira da renovação voltou com tudo há algumas semanas, com o imbróglio em torno de deputados que foram apoiados por movimentos e desrespeitaram a ordem das cúpulas partidárias na votação da Previdência. A controvérsia foi personificada na figura dos deputados federais Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES), que são ligados ao Renova e ao Acredito e foram dissidentes em suas respectivas siglas, marcando sim à proposta de mudança no sistema previdenciário. PDT e PSB abriram processos contra os rebeldes que podem culminar na expulsão deles por infidelidade partidária. Caciques foram a público dizer que o parlamentar tem que decidir se serve ao movimento independente ou à legenda.
No grupo que começou a formação neste mês, 41% dos alunos ainda não são filiados. Embora tenham a intenção de saírem candidatos a vereador ou a prefeito em 2020, eles não se comprometeram a disputar a eleição obrigatoriamente. Parte deseja, por exemplo, ocupar cargos técnicos no setor público. Dos 1.400 selecionados, 31% são mulheres; 39% se declararam pretos, pardos ou indígenas; 61% têm entre 25 e 39 anos; e 56% vivem no Sudeste (a segunda região com mais representante é o Nordeste, com 19%).
Os escolhidos foram garimpados em um universo de 31 mil inscritos, o que superou expectativas dos organizadores – no processo anterior, em 2017, haviam sido 4.000 interessados.
Folhapress

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