Anita entregou o bilhetinho para a professora e disse "tia, lê!" antes de sair apressada e com vergonha
É que em datas comemorativas, a escola Dona Leonina Nunes Maciel costuma fazer campanhas de arrecadação para presentear as crianças. Para celebrar a Páscoa, a mãe de uma funcionária da instituição produziu os ovos de chocolate a um valor praticamente simbólico. Assim, com o dinheiro arrecadado na vaquinha, os chocolates são pagos e cada criança recebe um ovinho de Páscoa.
Mas preocupada com algum coleguinha que não teria dinheiro para contribuir, Anita fez a sua contribuição e também doou o mesmo valor para alguém que não pudesse pagar. Rapidamente, o bilhetinho que entregou discretamente à professora antes de dizer "tia, lê!" e sair de perto, envergonhada, viralizou nas redes sociais. A postagem de Taciana chegou a quase 150 mil curtidas e 92 mil compartilhamentos nesta quarta-feira (3).
"Por ser uma escola pública, temos alunos de várias classes sociais. Quando os pais não podem contribuir, nós tiramos do próprio bolso e completamos a vaquinha pra ninguém ficar sem ovinho de Páscoa", conta a professora, que ao receber a mensagem de Anita, chegou a ficar sem reação. "Foi uma emoção enorme. A única coisa que eu consegui fazer foi dar um beijo nela e dizer: que Deus te dê em dobro".
No início, a menina tímida e reservada ficou assustada com a repercussão. A mãe dela, a auxiliar administrativa Ana Paula Alvarenga, de 35 anos, conta que ao receber o comunicado da escola sobre a contribuição para as lembrancinhas de Páscoa, a pequena quis ajudar.
Essa tive que postar!
Hoje quando entrei em sala, uma criança veio me entregar a contribuição espontânea dos pais para a lembrancinha de páscoa. Quando desenrolei o papel em que o dinheiro estava embrulhado, me deparei com este bilhete! Vocês não tem noção o quanto isso me emocionou...
Sempre falo que sou abençoada pela profissão que exerço. E mais ainda, sou abençoada por trabalhar com crianças. Esse ser puro, inocente e que me ensina mais do que eu a eles! Só tenho a agradecer a Deus por me permitir viver momentos assim.
Hoje quando entrei em sala, uma criança veio me entregar a contribuição espontânea dos pais para a lembrancinha de páscoa. Quando desenrolei o papel em que o dinheiro estava embrulhado, me deparei com este bilhete! Vocês não tem noção o quanto isso me emocionou...
Sempre falo que sou abençoada pela profissão que exerço. E mais ainda, sou abençoada por trabalhar com crianças. Esse ser puro, inocente e que me ensina mais do que eu a eles! Só tenho a agradecer a Deus por me permitir viver momentos assim.
Anita demorou para se acostumar com a ideia de "ser conhecida". "Ela falou pra mim, assustada: 'mãe, era um bilhete só pra tia ler e agora todo mundo sabe'. É que a Anita é uma criança muito tímida, morre de vergonha, foi justamente por isso que ela escreveu o bilhete ao invés de falar com a professora. Mas, conversando com ela, eu consegui mostrar que essa exposição poderia ser uma coisa boa, dizendo pra ela imaginar se cada pessoa que se emocionou, que curtiu a postagem, que compartilhou, fizer um gesto como aquele, quantas pessoas no mundo não vão ser ajudadas?", conta Ana Paula, que explica, ainda, que gostaria que a atitude da criança de 8 anos influenciasse gestos semelhantes nos adultos, criando assim, uma corrente do bem.
Segundo a mãe, a solidariedade que Anita manifesta é algo que ela e o irmão de 14 anos aprenderam desde cedo. "Ela gosta de ajudar, está sempre juntando suas roupas e brinquedos para doar. Até animais que ela vê na rua ela tenta ajudar, fica me perguntando: 'será que ele tem comida mãe?'. Fica morrendo de dó dos bichinhos na rua".
Não por acaso, a casa da família é cheia de cachorrinhos de estimação. O sonho da pequena é ser veterinária quando crescer. Por isso, apesar de ter ficado extremamente orgulhosa com o gesto da filha, Ana Paula não ficou muito surpresa.
"Ela sempre foi assim, caridosa, desde pequena. Com isso, a gente vê que a sementinha que foi plantada está germinando. É algo que eu aprendi com meu pai e minha mãe também. Muitos pais acham que o melhor para o filho é dar uma escola boa, roupas caras, computador. Mas aqui em casa a gente acredita que passar estes valores é mais importante, pois ajudam a formar cidadãos menos egoístas e seres humanos melhores", conclui.
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