Foto: André Dusek/Estadão
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-presidente do Brasil
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso em
Curitiba, disse a interlocutores do PT que seria melhor esperar até o
Carnaval antes de definir a estratégia de oposição ao governo Jair
Bolsonaro. Segundo relatos feitos à direção nacional do PT nos últimos
dois dias, Lula avaliou que Bolsonaro terá dificuldades para executar
propostas radicais apresentadas durante a campanha eleitoral devido ao
“sistema de pesos e contrapesos” da democracia. Petistas interpretaram a
fala do ex-presidente como uma referência ao Congresso e ao Supremo
Tribunal Federal (STF). “Tem que ver os próximos passos. Certamente ele
não será a pessoa que foi na campanha”, teria dito o ex-presidente,
segundo relatos. De acordo com petistas, isso não significa que o
partido deve ficar inerte. Ao contrário, o partido vai de opor a medidas
pontuais de Bolsonaro como a tentativa de aprovar pontos da reforma da
Previdência ainda antes da posse desde o primeiro momento. Mas o
discurso de combate ao “fascismo” não é suficiente. Lula também avaliou
que Bolsonaro tem um “pepino” nas mãos para a montagem do governo em
função das divergências entre os diversos grupos que apoiaram sua
candidatura e do discurso eleitoral de não indicar ministros em troca de
apoio no Congresso. Na segunda-feira, 29, Lula recebeu o tesoureiro do
PT, Emidio de Souza, e o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, na sede da
Superintendência da polícia Federal em Curitiba, onde cumpre pena desde o
dia 7 de abril. Os dois, por sua vez, fizeram relatos da conversas a
lideranças petistas. De acordo com estes relatos, Lula disse ter passado
“dias de angústia” no final de semana, quando é proibido de receber
visitas. Ele reclamou de ter passado o dia de seu aniversário, sábado,
27, sozinho.
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