Ilhéus paga preço de compra por aluguel
de apenas 7 meses, segundo levantamento do jornal A Região em revendas
do sudeste. A Prefeitura de Ilhéus anunciou o aluguel de uma ambulância
básica e outra avançada, durante sete meses, por R$ 278.240, a ser pagos
à R L Nascimento Segundo ME.
A empresa, individual, pertence a um aliado do prefeito de Ilhéus Mário
Alexandre, o ex-deputado Roland Lavigne, e tem apenas R$ 25 mil de
capital social. Mas vem fazendo vários negócios com o executivo,
inclusive o aluguel de sua antiga clínica.
As ambulâncias, que custarão R$ 278 mil para usar apenas 7 meses, podem
ser compradas integralmente por menos que isso. Uma ambulância Mercedes
Benz Sprinter Uti Completa 2019 custa R$ 139 mil e a básica sai por R$
119 mil.
As duas poderiam ser quitadas por R$ 258 mil, R$ 20 mil menos do que a
Prefeitura de Ilhéus vai pagar para usar durante apenas 7 meses. A
Prefeitura alega que a empresa ganhou por “menor preço” e que seguiu
todos os trâmites legais das licitações. Mas o valor está longe de ser
“menor”.
Clonagem em SP
O superfaturamento no aluguel das ambulâncias já tinha sido citado na
Malha Fina de A Região quando a licitação foi anunciada, mas nem o
Ministério Público estadual nem o federal tiveram interesse em
investigar o caso.
Para piorar, na segunda-feira 21 a polícia descobriu duas ambulâncias
falsificadas em São Paulo. Elas são entregues como possuindo “UTI”, mas
dentro não existe o equipamento necessário, apenas uma maca para remoção
de pacientes.
As ambulâncias apreendidas estavam sendo plotadas com a logomarca da
Prefeitura de Ilhéus e provavelmente são as que serão entregues, como
aluguel, pela empresa de Roland Lavigne. Uma pessoa foi presa e pode dar
informações sobre o esquema.
Nota inócua
A Prefeitura de Ilhéus soltou uma nota oficial negando que as
ambulâncias estivessem sendo “clonadas”, como noticiado pela Rede
Record, e reafirma que estavam sendo “plotadas” e “equipadas pela
empresa contratada com a padronização do SAMU”, para ser enviadas a
Ilhéus.
A nota oficial não explica a fraude em enviar como ambulância UTI
avançada uma que nem básica é, mas apenas para remoção. Este tipo de
equipamento custa quase a metade da básica. Nem consegue explicar por
que a população vai pagar por 7 meses um valor maior do que se comprasse
as ambulâncias.
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