domingo, 27 de maio de 2018

Ilhéus paga preço de compra por aluguel

ambulancia
26.Maio.2018  JORNAL A REGIÃO

Ilhéus paga preço de compra por aluguel

de apenas 7 meses, segundo levantamento do jornal A Região em revendas do sudeste. A Prefeitura de Ilhéus anunciou o aluguel de uma ambulância básica e outra avançada, durante sete meses, por R$ 278.240, a ser pagos à R L Nascimento Segundo ME.
A empresa, individual, pertence a um aliado do prefeito de Ilhéus Mário Alexandre, o ex-deputado Roland Lavigne, e tem apenas R$ 25 mil de capital social. Mas vem fazendo vários negócios com o executivo, inclusive o aluguel de sua antiga clínica.
As ambulâncias, que custarão R$ 278 mil para usar apenas 7 meses, podem ser compradas integralmente por menos que isso. Uma ambulância Mercedes Benz Sprinter Uti Completa 2019 custa R$ 139 mil e a básica sai por R$ 119 mil.
As duas poderiam ser quitadas por R$ 258 mil, R$ 20 mil menos do que a Prefeitura de Ilhéus vai pagar para usar durante apenas 7 meses. A Prefeitura alega que a empresa ganhou por “menor preço” e que seguiu todos os trâmites legais das licitações. Mas o valor está longe de ser “menor”.
Clonagem em SP
O superfaturamento no aluguel das ambulâncias já tinha sido citado na Malha Fina de A Região quando a licitação foi anunciada, mas nem o Ministério Público estadual nem o federal tiveram interesse em investigar o caso.
Para piorar, na segunda-feira 21 a polícia descobriu duas ambulâncias falsificadas em São Paulo. Elas são entregues como possuindo “UTI”, mas dentro não existe o equipamento necessário, apenas uma maca para remoção de pacientes.
As ambulâncias apreendidas estavam sendo plotadas com a logomarca da Prefeitura de Ilhéus e provavelmente são as que serão entregues, como aluguel, pela empresa de Roland Lavigne. Uma pessoa foi presa e pode dar informações sobre o esquema.
Nota inócua
A Prefeitura de Ilhéus soltou uma nota oficial negando que as ambulâncias estivessem sendo “clonadas”, como noticiado pela Rede Record, e reafirma que estavam sendo “plotadas” e “equipadas pela empresa contratada com a padronização do SAMU”, para ser enviadas a Ilhéus.
A nota oficial não explica a fraude em enviar como ambulância UTI avançada uma que nem básica é, mas apenas para remoção. Este tipo de equipamento custa quase a metade da básica. Nem consegue explicar por que a população vai pagar por 7 meses um valor maior do que se comprasse as ambulâncias.

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