domingo, 27 de maio de 2018

Do jeito que as coisas vão, é melhor Temer entregar logo o poder aos militares


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Charge do Sinovaldo (Jornal VS)
Carlos Newton
Michel Temer nunca foi um líder, sempre foi eleito na rabeira, como se dizia antigamente. Na última eleição que disputou, em 2006, ficou como primeiro suplente e deu a sorte de um dos deputados ser cassado logo na abertura do mandato. Depois, em 2010, virou vice-presidente de Dilma Rousseff, continuou no jogo com o repeteco de 2014 e acabou na Presidência. Fraco e corrupto, gastou todos os seus recursos para evitar a cassação e permanecer na ilusão de um poder efêmero. Dois anos depois de assumir, é hoje um morto-vivo que ronda os porões dos palácios do governo e se recusa a morar no Alvorada, porque à noite costuma fantasmas disputando espaço nos salões.
Na verdade, Temer jamais governou. Preferiu delegar poderes ao ex-tucano Henrique Meirelles e aos companheiros da cúpula do PMDB, que formavam uma quadrilha de alta periculosidade. Três deles estão hoje na cadeia – Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Filho – e os outros respondem a processos e inquéritos. Romero Jucá teve de se afastar do Ministério, Renan Calheiros virou oposicionista e só restaram Eliseu Padilha e Moreira Franco. O último a sair que apague a luz.  
PATO MANCO – Não há dúvida de que Temer está sofrendo a chamada Síndrome do Pato Manco (“Lame Duck”), uma expressão muito usada na política americana, para caracterizar o final de governo de presidentes que não podem ser candidatos à reeleição.  São governantes que ficam sem poder algum e se limitam a aguardar o final do mandato, que será uma tragédia no caso de Temer, porque significa cadeia na certa.
Temer enfrentou os patos gigantescos da Avenida Paulista e até tentou a reeleição, com apoio entusiasmado de Padilha, Moreira e demais membros da quadrilha, mas a sucessão dos fatos veio a demonstrar que é uma possibilidade zero, não adianta sonhar com o impossível, embora o último casamento de Temer até indique que ele é bom nisso. 
A VEZ DE MEIRELLES – Ninguém pode confiar no que Temer fala. Por isso, ainda não se tem certeza se ele realmente desistiu da candidatura e cedeu a vez a Henrique Meirelles, ou se é mais uma jogada para sair candidato e colocar Meirelles de vice, no desespero de reforçar a chapa.
O pior é que o pato manco deu uma tremenda mancada, ao desprezar a gravidade da greve dos caminhoneiros, deixando Padilha e Moreira se virando no Planalto na quinta-feira, enquanto ele passeava no interior do Estado do Rio.
Somente no dia seguinte é que a ficha caiu e Temer mais uma vez decidiu recorrer às Forças Armadas. Desse jeito, seria melhor que o pato manco entregasse logo o governo aos militares, colocando um general na Casa Civil, para segurar a onda até o final do mandato.

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