Agora ele já pode juntar suas hordas, bancar o perseguido político e armar circo em Curitiba.
O juiz
Sérgio Moro aceitou o pedido da defesa de Lula para que o depoimento, em
setembro, seja presencial. Com isso, haverá mais gastos e, claro, o
circo petista estará armado em Curitiba:
O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jatoem primeira instância em Curitiba, confirmou nesta sexta-feira que o próximo depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como réu, no dia 13 de setembro, será presencial. Moro aceitou o pedido dos advogados de Lula, que não concordaram com a sugestão do magistrado de que a oitiva fosse feita por meio de videoconferência.
“Sugeriu
o Juízo na ocasião a realização do interrogatório do acusado Luiz
Inácio Lula da Silva pelos motivos ali expostos. A Defesa não aceitou.
Diante da recusa, o interrogatório será presencial”, escreveu Moro em
despacho na tarde de hoje.
Ao propor a alternativa,
Sergio Moro havia lembrado que o primeiro depoimento do ex-presidente
como réu, na ação penal envolvendo o tríplex do Guarujá, em 10 de maio,
“acabou envolvendo gastos necessários, mas indesejáveis de recursos
públicos com medidas de segurança”. Naquela ocasião, aliados políticos
de Lula, além de milhares de militantes do PT e de movimentos sociais e
sindicais, foram a Curitiba em apoio ao petista.
Segundo a
Secretaria de Segurança Pública do Paraná, 1.700 policiais militares
foram mobilizados no esquema de segurança para o depoimento do
ex-presidente, que também contou com patrulhamento por helicóptero da
Polícia Militar e acabou custando, no total, 110.000 reais.
Em
resposta à sugestão de Moro, os advogados Cristiano Zanin Martins e
Valeska Teixeira Zanin Martins, que defendem o ex-presidente, afirmam
que o Código de Processo Penal assegura a Lula o direito de ser
interrogado presencialmente, que a lei prevê que a videoconferência só
seria admitida em casos especiais e que “nenhuma alegação de ‘gastos
desnecessários’ se mostra juridicamente válida para alterar a regra do
interrogatório presencial estabelecida na lei”.
O novo
depoimento do ex-presidente no banco dos réus será tomado no processo
que apura se a Odebrecht pagou propina a Lula por meio das compras de um
terreno onde seria construído o Instituto Lula, em São Paulo, e de uma
cobertura vizinha à do petista em São Bernardo do Campo. Ambas
aquisições, segundo o Ministério Público Federal (MPF), foram feitas
pela empreiteira por meio de “laranjas”: o empresário Demerval Gusmão,
no caso do terreno, e Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José
Carlos Bumlai, no caso do apartamento.
Esta será a primeira vez em que o ex-presidente falará a Moro depois de condenado pelo juiz federal a 9 anos e meio de prisão
pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro ao receber 2,2
milhões de reais em propina da OAS no caso do tríplex do Guarujá.
Sobre o
pedido da defesa para filmar o depoimento, Sergio Moro respondeu que
“proceder-se-á à gravação da mesma forma que o anterior realizado na
ação penal conexa”. Diante da mesma solicitação quando da primeira
oitiva de Lula, o juiz e o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4)
já haviam negado a possibilidade. A 13ª Vara Federal de Curitiba acabou
divulgando gravações do depoimento em dois ângulos: um enquadrava
somente o ex-presidente e o outro, um plano amplo da sala de audiências, mostrava também Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato. (Veja.com).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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