Por Redação BNews | Fotos: Reprodução / Google
A
denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva
enfraqueceu os planos do governo de aprovar uma reforma da Previdência
abrangente, ameaçando a qualidade de crédito do país, disse a agência de
classificação de risco Moody's nesta segunda-feira (3).
A turbulência política resultante pode forçar Temer a diluir a proposta
de reforma previdenciária ou aumentar os gastos para garantir o apoio
do Congresso, disseram as analistas da Moody's Anna Snyder e Samar
Maziad, acrescentando que esperam que o presidente conclua o mandato.
"Embora esperemos que a presidência do sr. Temer sobreviva, a
formalização das acusações cria uma turbulência política adicional que
reduz a capacidade de sua administração de conquistar a aprovação do
Congresso de uma reforma abrangente da Previdência, pesando sobre as
perspectivas fiscais e econômicas do Brasil", disse a Moody's.
A agência classifica a nota de crédito do Brasil em "Ba2", com
perspectiva negativa. É uma espécie de selo de bom pagador: quanto mais
alta a nota, mais atrativo o país pode ser para os investidores. As
analistas avaliaram que se a reforma previdenciária não for aprovada
neste ano, dificilmente será aprovada no ano que vem, por causa das
eleições gerais em outubro de 2018.
"A aprovação em momento oportuno de um projeto abrangente de reforma da
Previdência é um dos principais fatores da qualidade de crédito do
Brasil", disse a Moody's. O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, apresentou uma denúncia contra o presidente Temer por corrupção
passiva, com base em delação premiada de executivos da JBS.
A denúncia, contudo, somente pode ser recebida pelo STF (Supremo
Tribunal Federal) caso seja autorizada pela Câmara dos Deputados. A
expectativa é que o procurador apresente mais duas denúncia contra
Temer, que também terão que ser autorizadas por 342 votos na Câmara para
serem avaliadas pelo STF.
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