MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 25 de julho de 2017

Ao invés de defender intervenção militar, é melhor discutir soluções concretas


Imagem relacionadaCarlos Newton
A internet tem o dom de despertar o debate político. Esta qualidade era insuspeita, mas a cada dia está ficando demonstrado que a busca da liberdade de expressão se tornou uma das mais fortes características da web, e não é por mera coincidência que países como Coreia do Norte, Cuba, Vietnã e China ainda tentem manter controle sobre as redes sociais e a troca de informações. São países que ainda vivem sob regimes ditatoriais, mas têm um encontro marcado com a democracia, embora tentem desesperadamente evitar que isso aconteça, chega a ser patético.
Esses países ditatoriais ainda não curvaram totalmente à realidade de que o mundo caminha em direção ao socialismo democrático (ou social democracia). E o mais paradoxal é que as nações que hoje se dizem comunistas ou socialistas são justamente os que poderiam se adaptar com mais facilidade à social democracia, porque já mantém excelente padrão nos serviços públicos de educação, saúde e segurança. Ou seja, basta abrir a economia, como a China já mostrou ser viável, Vietnã e Cuba já caminham nesse sentido, em breve a Coreia do Norte estará falando sozinha.
MARX E ENGELS – Se estivessem vivos hoje, é claro que Karl Marx e Friedrich Engels jamais concordariam com os regimes que supostamente se dizem comunistas ou socialistas. Possivelmente, estariam mais preocupados com a preservação da Terra, ameaçada pelo predatório consumo dos recursos naturais.
É óbvio que Marx e Engels perceberiam que o mundo mudou demais, desde a época do lançamento do Manifesto Comunista, há 170 anos. Não se pode mais discutir política com base na dicotomia capitalismo X marxismo. É ridículo, hilário e até constrangedor, nem Freud conseguiria entender porque ainda ocorre esse tipo de debate irracional.
Já está mais do que claro que é preciso mesclar os acertos dos dois regimes e chegar a um ponto de equilíbrio, como tentam fazer os países nórdicos, que ainda enfrentam dificuldades de adaptação, é claro, mas estão no caminho certo, é questão de tempo, apenas isso.
BRASIL BRASILEIRO – No caso de nosso país, ao invés de discutir soluções para os problemas, o debate político na internet está atrasado, parece coisa do passado remoto. É até compreensível que se defenda a intervenção das Forças Armadas, fechamento do Congresso e tudo o mais, porém não vai adiantar nada. Não existe solução milagrosa, os militares teriam de convocar eleições, os candidatos seriam os mesmos, nada mudaria da noite para o dia.
Também não adianta reclamar das distorções da democracia à brasileira nem dos penduricalhos salariais, que estão incorporados como “direito adquirido”, embora tivessem sido proibidos pelo art. 17 das Disposições Transitórias da Constituição. O Supremo aceitou essas indecências, agora Inês é morta, diria Luiz da Camões, olhando de viés.
Basta dizer que está aberto concurso para juiz trabalhista substituto. Salário inicial: R$ 27,5. Com mais R$ 4,38 mil de auxílio-moradia e outros benefícios, o juiz substituto iniciante começa a trabalhar já superando os R$ 33,7 mil de ministro do Supremo. E não tem intervenção militar que dê jeito nisso – é legal, embora seja imoral.
ESTADO GIGANTESCO – A principal discussão deveria se concentrar no gigantismo estatal, envolvendo os três Poderes nos níveis federal, estadual e municipal. Sabe-se que não há país forte com Estado fraco, mas tudo tem limites. Hoje os brasileiros estão sendo sugados por um Estado descomunal, que claramente não funciona, mas não pode ser extinto, precisa de aprimoramento, é isso que devemos discutir.
Não adianta nada ter raiva e exigir vingança, porque não haverá mais intervenções militares nem golpes de estado. Hoje, o Brasil é um país que procura soluções, mas poucos se preocupam em tentar encontrá-las.
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