Por Redação BNews | Fotos: Arquivo / BNews
Se
o "7 a 1" virou sinônimo de humilhação no país após a derrota da
seleção brasileira para a Alemanha na Copa de 2014, políticos e
empreiteiras também se esforçam para deixar legado no mesmo sentido, de
acordo com a Folha.
Segundo o jornal, construídos ou
reformados para o evento por cifras por vezes bilionárias, os estádios
utilizados no Mundial têm aparecido recorrentemente em investigações
como instrumentos de que os envolvidos nas obras teriam lançado mão para
favorecimento próprio, seja sob a forma de sobrepreços, propinas ou
caixa dois.
Dos 12 estádios pelos quais desfilaram
times do mundo todo entre junho e julho de 2014, dez já apareceram em
investigações recentes de corrupção. As exceções são a Arena da Baixada,
do Atlético-PR, e o Beira-Rio, do Internacional.
A Arena Fonte Nova aparece na lista. O
valor inicial da obra foi de R$ 591,7 milhões, e terminou com R$ 689,4
milhões. Relatório do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA)
apontou em 2015 a existência de sobrepreço na Parceria Público-Privada
(PPP) para reconstrução do estádio. O pagamento de R$ 107 milhões anuais
do governo da Bahia ao consórcio foi considerado excessivo. Além disso,
ex-executivos da Andrade Gutierrez disseram que a obra ficou com o
consórcio da Odebrecht com a OAS devido a combinação entre as empresas
no "cartel da Copa".
A Operação Lava Jato encontrou evidências
de corrupção em nove dos estádios. Em sua maioria, as suspeitas
fundamentaram-se em delações premiadas e materiais entregues por
ex-executivos de empreiteiras relacionadas às obras. Na Arena Pantanal,
no Mato Grosso, a denúncia partiu do Ministério Público do Estado.
Os valores de supostas propinas e
esquemas de superfaturamento variam de R$ 50 mil a quase R$ 1 bilhão, e
explicitam que a empolgação em trazer o megaevento para o Brasil nem
sempre teve a ver com a alegria popular.
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