Enquanto propõe que o brasileiro
trabalhe por mais tempo para se aposentar, a reforma da Previdência
Social ignora os R$ 426 bilhões que não são repassados pelas empresas ao
INSS. O valor da dívida equivale a três vezes o chamado déficit da
Previdência em 2016. Esses números, levantados pela Procuradoria Geral
da Fazenda Nacional (PGFN), não são levados em conta na reforma do
governo Michel Temer.
“O governo fala muito de déficit na
Previdência, mas não leva em conta que o problema da inadimplência e do
não repasse das contribuições previdenciárias ajudam a aumentá-lo. As
contribuições não pagas ou questionadas na Justiça deveriam ser
consideradas [na reforma]”, afirma Achilles Frias, presidente do
Sindicado dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz).
A maior parte dessa dívida está
concentrada na mão de poucas empresas que estão ativas. Somente 3% das
companhias respondem por mais de 63% da dívida previdenciária. A
procuradoria estudou e classificou essas 32.224 empresas que mais devem,
e constatou que apenas 18% são extintas. A grande maioria, ou 82%, são
ativas.
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