A
UFSB vem a público manifestar sua inconformidade e tristeza diante do grave
episódio pois, segundo os indígenas, além da violência do processo, não se
verificaram tentativas pacíficas de diálogo entre as partes
envolvidas. Temerosa de que novos despejos possam ser realizados a qualquer
momento, uma vez que diversas comunidades na região se encontram em situação
semelhante, a UFSB requer que os órgãos públicos envolvidos, municipais,
estaduais e federais, venham a público de imediato esclarecer o
ocorrido. Medidas judiciais com potencial de dano social devem ser cumpridas com
as devidas providências para garantir bem-estar e integridade das comunidades
alvo de ações de reintegração de posse.
Desde
sua criação, nossa Universidade tem estabelecido, com orgulho, concreta parceria
com povos indígenas, quilombolas, assentados e demais movimentos sociais desta
região, em defesa de valores, conhecimentos e práticas dos povos tradicionais
dessa terra. A agressão secular a que esses grupos sociais vêm sendo submetidos
é vergonhosa, nefasta e não pode continuar numa sociedade justa, democrática e
cidadã.
Dentro
de sua competência institucional, a UFSB se dispõe a trabalhar em conjunto com
as instituições e os movimentos sociais organizados, neste e em outros casos no
futuro, a fim de prevenir episódios de violência, destruição de patrimônio
público e irreparável perda de vidas. Nesse sentido, continuará investindo em
ações de médio e longo prazo para a pacificação do campo e a garantia dos
direitos constitucionais à vida e à terra, tanto dos povos indígenas quanto das
demais comunidades tradicionais e rurais, valorizando a diversidade cultural e
assim contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do Sul e Extremo
Sul da Bahia.
Naomar
de Almeida Filho
Reitor
pro tempore
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