O líder do Solidariedade, deputado Arthur Oliveira Maia (BA),
criticou o projeto de lei de repatriação de recursos de brasileiros no
exterior, previsto para ser votado nessa quarta-feira (28), e disse que a
proposta – que faz parte do ajuste fiscal – pode acarretar um déficit
moral maior do que o déficit fiscal do governo Dilma Rousseff. “Essa
ação até pode resolver o problema do déficit fiscal. Mas vai ampliar, e
muito, o nosso déficit moral. Eu vou votar contra porque acho que o
projeto atinge gravemente o cidadão brasileiro que acredita neste país”,
disse. Se aprovada, a proposta vai gerar receita de cerca de R$100
bilhões para a União, com arrecadação de impostos e multas. O deputado
chamou de chacota a intenção do governo de regulamentar a legalização de
recursos depositados no exterior da forma como está. “Não existe
ninguém no Brasil que tenha ganhado dinheiro honesto e legal e mandado
para o exterior para transformá-lo em recurso ilegal. Fruto ou não de
corrupção, este dinheiro que está no exterior é 100% ilegal. Repatriar
sem fazer análise de onde vêm esses recursos é chacota com o cidadão que
paga seus impostos” disse. Pela proposta, brasileiros e estrangeiros
residentes no País poderão declarar ao governo todo o patrimônio mantido
fora do Brasil, ou já repatriado, mas ainda não declarado, existente
até 31 de dezembro de 2014. Para regularizar os ativos que se encontram
no exterior, os brasileiros pagarão alíquota de 15% de imposto e igual
valor da multa. Ou seja, quem desejar legalizar US$ 100 milhões terá de
pagar US$ 30 milhões. Mas esse valor será bem menor porque o projeto de
lei fixa para efeito de cálculo que será considerada a cotação do dólar
frente ao real em 31 de dezembro de 2014 – à época em torno de R$ 2,50.
Esse será o parâmetro para a conversão dos valores – até porque o
imposto e a multa serão pagos em reais. Na prática, com a desvalorização
do real neste ano – o dólar fechou cotado a R$ 3,90 ontem (26/10/2015)
–, o percentual total pago por quem desejar legalizar os recursos cairia
de 30% para um percentual em torno de 20%.
POLÍTICA LIVRE
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