Percival
Puggina lembra a trajetória do demagogo de Garanhuns e São Bernardo, o
tiranete Lula, que sempre arrotou grandeza. Megalômano e boquirroto,
ele, seu poste cognominado Dilma e seu partido levaram o país à deriva.
Pagarão caro:
Certa
feita, no ano de 2004, em um dos tantos debates que já mantive com
lideranças do PT, ironizei a continuidade que o governo Lula vinha dando
às políticas tucanas que combatera tão intensamente e com tanto sucesso
eleitoral. Mostrei, uma a uma, as contradições. O abominável Plano Real
estava mantido com inteiro rigor. O superávit fiscal, tão execrado pelo
petismo, havia atingido, com Lula, o maior valor dentro da série
histórica. Os programas de renda mínima, que Lula acusara de serem uma
forma de fazer votos graças à fome de quem vota com a barriga, haviam
mudado de nome e recebido mais recursos. E por aí fui, até ser
interrompido por meu interlocutor que me disse exatamente o seguinte:
"Puggina, não se muda a direção de um transatlântico com guinada brusca"
e ilustrou o que dizia com o braço desenhando um longo arco. A mudança
de rumos estava em curso e seria gradual.
Ele
pertencia à alta hierarquia de seu partido e estava bem informado. O
tempo o comprovou. O PT destruiu os fundamentos macroeconômicos então
vigentes (responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e meta de inflação).
Exibiu, pouco a pouco, sua vocação para o totalitarismo. Empenhou-se na
armação da luta de classes, forçando o divisionismo dentro da
sociedade. Ensaiou várias tentativas de controlar a mídia. Levou o
revanchismo até onde pode. Concebeu várias agendas socialistas. Aliou-se
aos piores vilões da política nacional e internacional. Não lhe
faltaram tentativas de impor absurdos, mediante decretos felizmente
rejeitados pela opinião pública e pelo Congresso. Tais foram os casos do
PNDH-3, que fazia gato e sapato em nome dos direitos humanos, e do
decreto Nº 8.243 (decreto dos sovietes), que pretendia uma desabilitação
do poder legislativo. O partido viria, como de fato veio, contaminar e
aparelhar o Estado em conformidade com um desígnio totalitário. Tudo
para alterar a trajetória do transatlântico.
Na
política, tudo ia bem. Os corruptos prosperavam. Não faltava dinheiro à
mídia chapa branca, nem capitanias hereditárias aos partidos e aos
políticos da base. O crescimento chinês empurrava a economia para a
frente, mais ou menos como as elevações da taxa de juros engordam os
lucros dos bancos sem que os banqueiros precisem sair da poltrona. O
petróleo a mais de US$ 100 viabilizava qualquer estripulia na Petrobras e
o pré-sal era portentosa mina, a ser drenada ainda antes de gotejar. A
megalomania, os delírios de poder e de riqueza, os projetos faraônicos, o
messianismo característico dos partidos e movimentos totalitários
recebiam injeções de adrenalina na veia. No limite das aparências, Lula
era um Midas. Além das aparências, uma bomba de efeito retardado.
Só agora,
concluída aquela curva descrita pelo meu interlocutor no debate acima
referido, veem-se todas as dimensões do estrago. O desvio de rota jogou o
país contra os rochedos, de modo desastroso. Lula e Dilma, que sequer
se animam a aparecer em público, fazem lembrar o rápido e furtivo
desembarque do comandante Francesco Schettino após jogar o Costa
Concórdia contra os arrecifes junto à ilha de Giglio.
A direção
pretendida quando a grande curva foi desenhada chegou onde
inevitavelmente haveria de chegar, porque nunca foi diferente o
resultado de tais políticas. E se há muita incerteza, hoje, sobre o
futuro do país, se os comandantes se escondem mas não desembarcam,
ninguém duvida de que o desvio de rota e a megalomania os condenaram à
insignificância.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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