Que não falte pá de cal para enterrar Lula e seu partido. De fato, o
populismo só prospera onde a ignorância impera. Editorial do Estadão:
É da natureza do populismo partir do princípio de que o povo é
ignorante e acrítico, incapaz de discernir o falso do verdadeiro em
matéria de política. O populismo prospera onde a ignorância impera. Os
populistas, portanto, cultivam a ignorância. Um de seus truques é
repetir mentiras incansavelmente até que sejam aceitas como verdades. É o
que estão fazendo Lula, Dilma e o PT, no desespero de sobreviverem no
fundo do poço em que foram colocados pelo descrédito popular. Para eles,
tudo o que não convém ao populismo petista é “golpe”. Principalmente
fazer oposição ao governo.
Diante de uma plateia de mais de 2 mil pessoas em Montes Claros,
Minas Gerais, Luiz Inácio Lula da Silva não fez cerimônia: “Eu gostaria
que todos aqueles que todo santo dia inventam um golpe para tirar Dilma
aprendessem a respeitar a democracia (...). Se eles querem o poder, que
esperem 2018. Mas não venham com golpe”. A presidente Dilma foi mais
sutil – imaginem só – falando a atletas em solenidade no Palácio do
Planalto: “É possível sofrer derrotas, dificuldades no caminho, mas todo
atleta levanta e segue em frente. Muitas vezes não ganha na primeira,
na segunda ou na terceira. E segue lutando para ganhar. E respeita o
resultado do outro atleta, que é o vencedor”. Por sua vez, o presidente
do PT, Rui Falcão, em reunião com lideranças petistas em São Paulo,
queixou-se de que a oposição tenta “enfraquecer a presidente”. Esperava o
quê?
A regra de ouro que o lulopetismo quer ver aplicada – aos outros, é
claro – é a seguinte: quem perde uma eleição, como aconteceu com Aécio
Neves e Marina Silva em outubro do ano passado, tem de se recolher à
condição de derrotado e “respeitar a democracia”. Qualquer iniciativa
para “enfraquecer a presidente” é tentativa de promover “terceiro
turno”. Exigir que eventuais ilicitudes cometidas na campanha
presidencial de Dilma sejam investigadas é “golpe”. Falar em impeachment
da chefe do governo – recurso constitucional que o PT defendeu contra
seu hoje aliado Fernando Collor – é “atentado à democracia”. Em resumo:
está proibido fazer oposição.
A soberba é desde sempre uma forte característica do PT. O partido
nasceu predestinado a mudar “tudo isso que está aí” e ainda hoje muitos
petistas se consideram ungidos para essa missão divina. Como
autoproclamados salvadores da pátria, sempre olharam os não petistas com
enorme desdém. Dividiram o País entre “nós” e “eles” e decidiram que na
luta sem tréguas contra a perversa “elite” não existem adversários, mas
inimigos. Finalmente descobriram que, quando não se consegue derrotar o
inimigo, a solução é aliar-se a ele. Assim, aqueles que eram antes os
mais legítimos representantes da perversa “elite”, os grandes banqueiros
e homens de negócio, passaram a ser cortejados para que apoiassem o PT,
dando a seu governo “estabilidade política” e “equilíbrio
institucional”.
A partir do momento em que chegaram ao poder, os petistas se deram
conta de que seu grande problema passava a ser como nele se manter. A
solução era óbvia: fazer alianças, não importa com quem nem a que custo.
É verdade que nos primeiros anos o panorama social melhorou. E não se
deve desmerecer essa importante conquista. Mas, se nessa questão há
mérito, sobra demérito na igualmente fundamental questão moral. A
crônica policial e forense dos últimos anos demonstra que a corrupção
tomou conta da política e da administração pública em níveis sem
precedentes. Como temos repetido neste espaço, Lula e o PT não
inventaram a corrupção, mas tornaram-na prática generalizada, endêmica. E
beneficiaram-se disso, tanto no plano político quanto no material, como
se constata pelo elenco de endinheirados petistas encarcerados – ou
ainda em liberdade.
Sobraram para o PT o discurso – o que não representa nenhuma
dificuldade para políticos que, como Lula, nunca desceram do palanque – e
a esperança de que, por força da repetição, suas patranhas se tornem
verdades. Mas é uma esperança vã. O brasileiro não é idiota. Nem um
competente encantador de multidões como Lula consegue enganar todo
mundo, todo o tempo. O “terceiro turno” das pesquisas de opinião
demonstra que o Brasil repudia categoricamente o populismo lulopetista.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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