Com o anúncio do governo federal no início da semana de que
reduzirá até setembro pelo menos dez Ministérios dos 39 existentes, além
do clima de apreensão, as especulações são inevitáveis. Ontem, a
informação que circulou foi a de que o PMDB, que abriga uma ala do
partido que defende a ruptura com o governo e o PT, quer mais pastas no
Executivo Federal.Ontem, a revista Veja cravou, com base em informações
de um ministro peemedebista, que o seu partido deseja comandar os
ministérios da Educação, da cota do PT, e o das Cidades, sob o comando
do presidente do PSD, Gilberto Kassab, que tramou com o Planalto a
recriação do Partido Liberal (PL).A estratégia seria, após ser criado, o
PL iria se fundir com o PSD e se tornar a maior bancada do Congresso,
desbancando o atual posto do PMDB. Além dos dois novos ministérios, o
PMDB quer se manter também no de Minas e Energia e quem sabe ganhar
ainda o dos Transportes, pastas estratégicas politicamente, capazes de
ajudar a cacifar o partido para uma candidatura presidencial em 2018.
Entretanto, caciques baianos, como o presidente estadual Geddel Vieira
Lima, e o seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, integrantes
do movimento interno separatista entre PMDB e PT, negam as articulações.
“Não estou vendo movimentação nenhuma. Não é esse o sentimento
crescente do PMDB”, disse Geddel à Tribuna. Já Lúcio informou que essa
nova movimentação de peemedebistas que defendem a continuidade do apoio
ao governo Dilma seria péssimo para o partido. “Que eu saiba não tem
nenhuma articulação sobre isso [novos ministério]. Só se o PMDB quiser
ficar de costas para às ruas. Nós continuamos na mesma trincheira”,
disse o parlamentar baiano. Os dois peemedebistas apostam que o
Congresso do PMDB, marcado inicialmente para agosto, depois outubro e
agora em 15 de novembro, consagrará a tese da debandada da sigla do
governo e o rompimento com o PT.A data tem diversos simbolismos. Além de
ser o número do partido, 15 de novembro festeja-se a proclamação da
República, que derrubou em 1889 o imperador Pedro II. “Cresceu muito a
tese que defendo há muito tempo. Vamos ver o tamanho de cada posição no
Congresso”, disse Geddel. Já Lúcio defende que o movimento antigoverno e
anti-PT dentro do PMDB já pode ser considerado majoritário. “Mas para
isso precisa se reunir, não há encontros da Executiva. Mas, 15 de
novembro, com toda a certeza, teremos a demonstração clara do que é
majoritariamente [a defesa do rompimento]”, defende. Para o peemedebista
baiano, apesar das movimentações que deram um certo fôlego político à
presidente, com ajuda do presidente do Senado, o peemedebista Renan
Calheiros, mas não houve enfraquecimento do pensamento de que Dilma deve
deixar a Presidência”. “Não tem essa história de fôlego político. A
política está ligada à economia. A Agenda Brasil não vai para frente de
jeito nenhum. E a crise econômica está apenas começando. Vamos ter
aumento maior do desemprego, da inflação, de índices elevados, do
crédito caro. “
David Mendes, Tribuna da Bahia POLÍTICA LIVRE
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