MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 28 de junho de 2015

Lula pressiona sua turma no TCU para acomodar "pedaladas fiscais" de Dilma.


Cupincha de Lula no TCU, Múcio já havia sido acionado para isentar Dilma de responsabilidades pela compra de Pasadena. Agora o ex-presidente que livrar a pupila do crime das pedaladas fiscais.
 
(Folha) O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estimulou pessoalmente o responsável pela análise das contas do governo Dilma Rousseff no TCU (Tribunal de Contas da União) a contestar as chamadas "pedaladas fiscais". O movimento ocorreu no mesmo período em que o petista começou a criticar abertamente a condução da gestão de sua afilhada política. 
A Folha apurou que Lula disse ao ministro José Múcio Monteiro, de quem é próximo, achar razoável que o órgão pedisse explicações sobre as manobras. Nelas, bancos públicos usam seus recursos para pagamentos do governo, o que é ilegal. A conversa se deu quando o voto do ministro, contestando o atraso no repasse, já estava pronto. Segundo relatos, Lula disse que isso "daria um susto" na presidente. 
O voto de Múcio concluía que as manobras que a equipe do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega fez entre 2013 e 2014 feriram a Lei de Responsabilidade Fiscal. Às vésperas do julgamento no TCU, marcado para 17 de junho, o relator do processo, ministro Augusto Nardes, indicou a integrantes do governo que a tendência era que o órgão rejeitasse as contas de 2014 do governo federal. 
O recado chegou a Lula, que viu se desenhar o cenário favorito para a oposição: uma possível reprovação das contas de Dilma pelo TCU, que pode ser reiterada no Congresso, abriria espaço para um processo de impeachment contra a presidente. Aliados dizem que Lula passou então a defender o adiamento do parecer sobre as contas. No julgamento, em decisão inédita, o TCU deu 30 dias para que Dilma explicasse as irregularidades. 
Questionado sobre a conversa entre o ex-presidente e Múcio, o Instituto Lula, por meio de sua assessoria, disse que Lula "repudia e lamenta a reiterada prática do jornal Folha de S.Paulo de lhe atribuir afirmações a partir de supostas fontes anônimas, dando guarida e publicidade a todo o tipo de especulação". 
O ministro Múcio foi procurado não respondeu até a conclusão desta edição. Uma ala do Planalto vê este como mais um sinal de que o ex-presidente quer se distanciar de Dilma e creditar à sucessora a crise do governo, eximindo-se de qualquer responsabilidade. Lula tem criticado Dilma publicamente e chamou sua gestão de "governo de mudos". Para o petista, a presidente, ele e o PT estão "no volume morto". 
Os mais críticos a Lula dizem que o movimento de ataque e, em seguida, recuo, tem sido comum no comportamento do ex-presidente em relação a Dilma. Eles lembram quando, nos bastidores, o petista estimulou que parlamentares do PT votassem contra o ajuste fiscal do governo em nome de bandeiras do partido. Diante da real possibilidade de derrota, porém, Lula pediu união à bancada. 
Outro setor do governo diz que o ex-presidente está "irritado e inquieto" com os resultados do governo e acredita que as críticas "para fora" podem surtir mais efeito do que os conselhos diretos à presidente. Caso queira ser candidato em 2018, apostam esses petistas, Lula não pretende deixar seu projeto político afundar dessa maneira. 
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