Depois
de Camaçari, na região metropolitana de Salvador, moradores de
Buerarema, no sul da Bahia, também se queixam de manchas na pela e
coceira intensa. A dona de casa Maria das Graças, de 54 anos, está há
quatro dias sofrendo com coceiras no corpo. Ela foi ao posto saber se é
dengue, por conta das manchas vermelhas na pele, mas não teve febre, um
dos principais sintomas. "Estou com meu corpo coçando, mas não tive nem
febre e nem dor de cabeça. Mas eu estou toda empolada", afirma. As
pessoas que procuram os postos médicos da cidade com esses mesmos
sintomas têm sido medicadas com soro e antialérgico, além de deixar
amostra de sangue para análise. O próprio bioquímico do posto se queixou
deste mesmo sintoma. "Uma coceira, empolamento. Não faço ideia. Fiz
todos os exames e não deu dengue", diz Henrique da Silva. Segundo os
médicos, o conjunto de sintomas que as pessoas apresentam não é
compatível com casos de dengue ou da febre chikungunya. "Os casos que
nós estamos diagnosticando de febre só após quatro, cinco dias, não é o
típico de dengue. Dengue geralmente vem com a febre desde o início",
comenta o médico Hélio Vidal. A Secretaria de Saúde de Buerarema disse
que os exames enviados para o Laboratório Central em Salvador não
indicaram nenhuma nova doença. "A gente está colhendo, de segunda a
sexta, sorologia, encaminhando as notificações. Há um cuidado, há um
zelo muito grande. A gente espera que venha informações e orientações
mais precisas por parte da Dires [Diretoria Regional de Saúde] e da
Sesab [Secretaria Estadual da Saúde]", relata Sara Spínola, coordenadora
de Controle e Avaliação.
A Sesab disse que está acompanhando os casos, mas ainda não tem um
resultado definitivo do que pode estar causando o problema. As suspeitas
A Vigilância Epidemiológica e a Secretaria de Saúde de Camaçari apontam
duas hipóteses para explicar a doença que tem acometido os moradores:
roséola e parvovírus-B19, cujos sintomas combinam com os apresentados
pelas pessoas que procuraram as unidades de saúde do município. Entre os
sintoma destacam-se pintas, dores e coceira pelo corpo. De acordo com o
diretor da Vigilância Epidemiológica de Camaçari, Celso Joélio, até o
dia 24 de março, 39 casos da doença ainda não diagnosticada foram
registrados oficialmente na cidade. Amostras de sangue coletadas de
alguns pacientes foram enviadas para laboratórios do Paraná e Rio de
Janeiro. "Não há na Bahia laboratórios apropriados para fazer o
diagnóstico da roséola e do parvovírus-B19, por isso faremos os exames
fora do estado", afirma. A Secretaria de Saúde de Camaçari diz que as
pessoas que apresentarem os sintomas devem procurar a unidade de saúde
mais próxima para serem orientadas. (G1)
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