Wesley Rodrigues/Hoje em Dia
De acordo com o suplemento especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013, divulgado nessa quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 97,6% dos domicílios no Estado declararam, naquele ano, possuírem televisão. Por outro lado, 89,2% das residências contavam com telefonia móvel e 81,8% com rádio.
“As pessoas hoje não mais compram rádio, está em desuso. Hoje, elas ouvem rádio na TV e pelo celular”, frisou a coordenadora do Pnad em Minas, Fernanda Gerken.
Migração
Tanta funcionalidade e a facilidade do celular, cada vez mais acessível economicamente, fizeram com que a estudante universitária Lila Rafaela Gonçalves Mendes, de 23 anos, trocasse o televisor pelo smartphone. “Há três anos que nem sei o que é assistir televisão. Hoje, faço quase tudo pelo celular, ouço música, leio notícias, bato papo com os amigos. Já filmes e séries, no computador. E olha que eu era fã de uma televisão. Foi uma felicidade quando compraram o primeiro aparelho de tela plana lá em casa”, comentou.
A jovem mora com os pais e o irmão de 27 anos. Na residência, uma televisão, seis computadores e quatro celulares. “Meu pai e minha mãe veem TV. Eles acessam no celular, mas não se adaptam bem, há dificuldades. Meu irmão e eu somos mais tecnológicos”.
A relações públicas Bárbara Miller Moraes Mazoni, de 24 anos, é outra adepta dos celulares. Morando em uma casa com mais três pessoas, só ela e a mãe somam as estatísticas com quatro aparelhos. “A ferramenta facilita, e muito, a comunicação. Meu pai mora em outro Estado e, pelo telefone, consigo falar com ele de forma rápida. Se há problema na conexão, uso o Skype no computador. Esses recursos vieram para ficar, e ajudar”, avalia.
Celular é o segundo meio de comunicação mais presente nos lares mineiros. Está em 89% deles. Só perde para TV
Sem ameaça
Mesmo com o incremento da presença de celulares nos lares, quase equiparando-se à de televisão, Francisco Paulo Temponi, professor do curso de sistema de informação do Centro Universitário Newton Paiva, não acredita que será o fim das TVs. “Cada equipamento tem sua usabilidade. Haverá convergência entre as mídias, porém, por questões de usabilidade, o televisor não perderá campo, mas continuará evoluindo”.
O expressivo crescimento dos celulares, para o especialista, é resultado da busca das pessoas pela informação em qualquer tempo e em qualquer lugar e também a necessidade de entretenimento.
Tv digital
De acordo com o IBGE, o suplemento do Pnad 2013 irá servir como base para as políticas públicas no setor de comunicação, principalmente no que diz respeito ao acesso ao sinal digital de televisão aberta. Em Minas, de acordo com a pesquisa, apenas 29,7% dos domicílios têm a recepção.
A previsão do governo é a de que até 2018 o sinal analógico seja desligado. Para Francisco Temponi, no entanto, essa meta dificilmente será alcançada.
Em todo o país, de acordo com a pesquisa, 28,5% dos domicílios ainda não tinham acesso a nenhum sinal de TV digital em 2013
Total de acessos à internet só por celular pode estar subdimensionado
O número de pessoas que acessam a internet somente por smartphones e tablets pode estar subdimensionado, afirma o gerente de projetos do Ministério das Comunicações, Pedro Lucas Araújo. Em 2013, segundo o suplemento da Pnad para tecnologia da informação, 4,1% das pessoas, num total de 7,2 milhões, utilizaram somente esses equipamentos para se conectar. No entanto, destaca Araújo, muitos não sabem que estão na web. “Estamos conversando com o IBGE para talvez mudar a metodologia das perguntas mais uma vez. A gente acha que teve uma sub-representação do acesso, porque as pessoas não sabem que Netflix é internet, assim como Whatsapp, o Twitter ou o aplicativo do Gmail. A internet está em uma nova roupagem, não só apenas do browser, do www”.
O rendimento médio mensal per capita de quem possuía, em 2013, um computador ou tablet era de R$ 1.572
Uso da web cresce entre idosos, pessoas sem instrução e baixa renda
Os usuários de internet no Brasil são principalmente jovens e pessoas de maior escolaridade e renda. Ainda assim, o acesso à rede tem crescido em todas as faixas etárias, inclusive entre os mais idosos, e também entre as populações com menor grau de estudo ou de baixa renda, segundo a Pnad 2013. Em 2008, apenas 5,7% dos brasileiros com mais de 60 anos utilizaram a internet. Já em 2013, essa fatia mais que dobrou, chegando a 12,6%, apontou a pesquisa. Apesar disso, o percentual continua sendo o menor entre todas as faixas etárias, enquanto a maior frequência ocorre nos jovens de 15 a 17 anos (75,7%). Em toda a população de 10 a 39 anos, o uso da internet ultrapassa os 50%. Em termos de anos de estudo, os brasileiros com pelo menos o ensino superior completo (15 anos ou mais de estudo) sustentam os maiores índices de utilização de internet (89,8%). A despeito disso, o uso da rede chegou a 5,4% das pessoas sem qualquer tipo de instrução ou menos de um ano de estudo – fatia que era de 1,9% em 2008.
Promessa de dilma, Plano ‘Banda Larga Para Todos’ ainda não tem orçamento
Promessa de campanha da presidente Dilma , o Plano Banda Larga Para Todos terá como meta alcançar 95% da população com banda larga de alta velocidade, com uma velocidade média de conexão de 25 megabits por segundo (Mbps) em 2018. Porém, o orçamento para o programa ainda não está definido, segundo o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini.
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