MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Bahia terá "apagão analógico"


por
Albenísio Fonseca
Publicada em   TRIBUNA DA BAHIA
Após países como Estados Unidos, alguns da Europa e o Japão, o Brasil inicia em 2015 o “apagão das transmissões para televisores analógicos”. O desligamento inicial, conforme cronograma do Ministério das Comunicações – MiniCom e da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel, prevê a realização de projeto piloto na cidade de Rio Verde, interior de Goiás, em 29 de novembro do próximo ano. Ou seja, a velha TV com tubo vai requerer um equipamento conversor ou irá mesmo parar no lixo. A estimativa do governo é de que, até o final de 2014, 65% dos lares já disponham de aparelhos digitais.
A migração total para o sinal digital tem à frente um horizonte que se estende até 2018. A segunda cidade a contemplar o fim do sinal analógico, em 2016, é Brasília, dia 3 de abril. Em São Paulo, maior praça do País, o sinal digital passa a predominar a partir de 15 de maio. Dia 26 de junho, Belo Horizonte. Em 28 de agosto, Goiânia e, a 27 de novembro, o Rio de Janeiro.
Em 30 de julho de 2017, o “apagão” acontece em Salvador e cidades da Bahia como Camaçari, Dias d’Ávila, Itaparica, Jaguaripe, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Salinas da Margarida, São Francisco do Conde, Saubara, Simões Filho e Vera Cruz. Na mesma data, em Recife e Fortaleza.
O switch off  (desligamento, em inglês) está previsto para 25 de junho, também de 2017, em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Já em Manaus, Belém, São Luis, Natal, João Pessoa, Maceió e Aracaju, somente a partir do segundo semestre de 2018. Apenas no final daquele ano o apagão do sinal analógico para televisões atinge o interior do País.
TV DIGITAL, UMA NOVA CULTURA?
Com a expansão da cultura digital brasileira contaremos com novos agentes que, além de consumidores de informação, se tornarão geradores de conhecimento, alimentando o sistema e tornando-se parceiros do desenvolvimento intelectual e cultural do País. A TV digital interativa, já em 3D, é um novo e revolucionário universo, seja como suporte para convergência de outras mídias digitais – Internet e mídias móveis – seja na adoção da multiprogramação, onde hoje se transmite apenas uma de forma linear.
A inserção da hipermídia proporcionará sua conversão em meio emissor a provocar reflexão, participação, interatividade. Mas é a própria concepção do que entendemos por “televisão” que está sendo transformada, dada a opção de programações por demanda. Isto é, passamos a assistir ao que desejamos, embora pagando por isso, através de provedores (canais ou portais) de streamming com pacotes de programas, como já o fazemos ao contratar transmissões esportivas, shows e filmes. Mas a consolidação de tal sistema está prevista somente para 2030.
Conflito com tv aberta e cronograma
O processo não se resume a números e datas e promete ser complicado para o governo, a indústria de radiodifusão e, evidentemente, para a população. Além da superação do conflito no espectro com a TV aberta, o próprio cronograma é outro dos motivos de preocupação por parte dos radiodifusores: eles veem uma “curva muito acentuada no final do projeto”, ao invés de uma distribuição mais equilibrada durante os quatro anos de implementação. “Parece que o problema mais difícil será deixado para o final, e nós estamos falando de um universo de municípios enorme e de população pequena”, salienta Davi Britto, membro do conselho deliberativo do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital-SBTVD.
Agora – após o leilão da faixa dos 700Mhz – e ainda segundo o cronograma oficial, deverá ser montada a Entidade Administradora do Processo de Redistribuição e Digitalização dos Canais de TV e RTV – EAD e o órgão responsável pela sua governança, o Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV – Gired.
Conforme a Anatel, o EAD será o órgão que adquirirá e instalará os equipamentos de infraestrutura de radiodifusão para os canais de TV e RTV, além de garantir linha de crédito de R$ 3,6 bilhões para auxiliar na atualização da infraestrutura do sistema. O órgão também será responsável por garantir a instalação de filtros em locais com interferências e de conversores de sinal para parte da população. A pedido do governo, cerca de 15 milhões de famílias cadastradas no Bolsa Família terão direito a uma set-top box gratuita (equipamento de conversão do sinal analógico para digital).
Vale lembrar que a primeira transmissão oficial da TV digital no Brasil ocorreu em São Paulo no dia 2 de dezembro de 2007. A solenidade reuniu mais de duas mil pessoas e contou com a presença do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e de grandes empresários do setor.  O certo é que, agora, aquela velha relação que 95% dos lares brasileiros mantinham com a televisão, aliás, como nossas vidas, já está sendo transformada, em “um passo gigantesco”, melhor dizer, novos olhar, áudio e comportamento, frente à frente com a revolução advinda com as Smart TVs digitais, conectadas e interativas.

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