100 pacientes ficam hospedados no local durante tratamento oncológico.
Custo de manutenção não estaria sendo pago pelo Governo do Amapá.
Pacientes se reuniram para cobrar pagamento de casa de apoio (Foto: John Pacheco/G1)
Pelo menos 100 amapaenses correm o risco de serem despejados até o fim
do mês de novembro de uma casa de apoio a doentes de câncer na cidade de
Belém, no Pará. O motivo, segundo o administrador do local, seria a
falta de pagamento por parte da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa),
que não estaria repassando o recurso há sete meses, somando uma dívida
que chega a R$ 651 mil. O valor é referente ao custo de alimentação,
serviços e estadia gratuita para pessoas que fazem tratamento oncológico
na cidade paraense.
Paciente Jairo Alencar perdeu parte da visão e
audição após tumor (Foto: John Pacheco/G1)
A administração do local e alguns pacientes da casa San Remo concederam
uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (26) em Macapá, onde
expuseram os valores e custos para manutenção do local. A manifestação
ganhou apoio na capital do Instituto do Câncer Joel Magalhães (Ijoma),
que realiza trabalho semelhante.audição após tumor (Foto: John Pacheco/G1)
Um abaixo-assinado feito pelos pacientes e enviado à Sesa cobra o pagamento da dívida e defende a permanência do serviço. Um dos que assinaram o documento foi Jairo Alencar, de 54 anos, portador de um tumor na cabeça. Ele relata que em função da doença perdeu a visão de um olho, além da parte da audição e da fala. As complicações fizeram com que ele abandonasse a profissão de taxista e se dedicasse ao tratamento há 4 anos.
“A San Remo é de primeira qualidade em alimentação, limpeza e tudo o que eles fornecem para gente. Nos últimos dias passamos a ficar com fome porque não tem refeição. O proprietário da casa conta que não tem condições de nos manter com o dinheiro dele sem o repasse do governo do estado. Eu chego a chorar, pois estou debilitado desse jeito, imagina aqueles que estão de cama em estado terminal. Lamentável”, conta Alencar.
Airton Pereira, proprietário da casa de apoio
San Remo (Foto: John Pacheco/G1)
O responsável pelo San Remo, Airton Pereira, explica que organizou a
manifestação a partir de uma informação repassada pela Sesa a ele de que
não haveria recursos para efetuar o pagamento.San Remo (Foto: John Pacheco/G1)
“Fornecemos sempre tudo para eles, mesmo quando não tinha repasse comprava tudo nos meus cartões de crédito e hoje tenho dívidas todos os dias. Os fornecedores não querem mais vender para mim, e estou com o coração apertado em pensar que essas pessoas serão despejadas daqui”, detalha Pereira.
É a segunda vez, segundo ele, que o Governo deixa de repassar a verba do contrato com a San Remo, sendo necessário um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para o pagamento dos serviços.
“Ganhamos através de pregão essa licitação e mesmo assim não estamos recebendo. Dos seis meses, quatro são referentes ao TAC de 2013 e 2014 e dois são do contrato atual dos últimos meses”, explicou o proprietário que pretende realizar uma manifestação junto com os pacientes para solicitar os recursos.
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