O mesmo Vital do Rêgo que presidiu a CPI do senado que combinava as perguntas com os investigados da estatal.
IMPLICANTE
O senador Vital do Rêgo, do PMDB da Paraíba, foi indicado por Eunício Oliveira, líder do partido no Senado, para ocupar a vaga do ministro José Jorge no Tribunal de Contas da União (TCU) após a sua aposentadoria.
Na justificativa que apresentou para a indicação, Eunício Oliveira disse que Vital possui “reputação ilibada”, da mesma forma que exerceu “todos os cargos que lhe foram atribuídos”. “Entendemos que os senhores senadores integrantes desta comissão (CAE) dispõem de suficientes elementos para deliberar sobre a presente indicação”, afirmou Eunício.
Vital é forte aliado da presidente Dilma, e sua indicação é benéfica para o governo porque, em caso de aprovação, ele será responsável pela relatoria dos processos de investigação da estatal, inclusive os da compra da refinaria de Pasadena (EUA).
A apuração sobre Pasadena tem potencial para causar mais danos políticos à presidente Dilma Rousseff – que presidia o Conselho de Administração da Petrobras na época da aquisição, iniciada em 2006.
Atualmente, o senador preside a CPI e a
CPMI da Petrobras. A primeira levantou polêmicas em agosto, quando
surgiu um vídeo mostrando que as perguntas que seriam feitas aos
investigados em seus depoimentos foram reveladas a eles.
Com vinte minutos de duração, o vídeo mostra uma reunião entre o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e um terceiro personagem ainda desconhecido. (…) E o que está sendo tramado é, simplesmente, uma fraude caracterizada pela ousadia de obter dos parlamentares da CPI da Petrobras as perguntas que eles fariam aos investigados e, de posse delas, treiná-los para responder a elas. Barrocas revela no vídeo que até um “gabarito” foi distribuído para impedir que houvesse contradições nos depoimentos.
Em 2012, Vital foi presidente da CPI do
Cachoeira, que investigou um suposto esquema montado pelo empresário
Carlinhos Cachoeira, acusado de crimes como exploração de jogo de azar,
corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e
contrabando. A Comissão acabou sem o indiciamento de qualquer pessoa.
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