MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Comissão de Ética diz que vereadora expôs calcinha e Câmara ao ridículo


Para o presidente Agnaldo Feitosa, mesa diretora também foi omissa.
‘Vereador deveria ter sido alertado e o microfone dele cortado’, diz.

Marina Fontenele Do G1 SE
Assunto rendeu nesta quarta-feira (26) na Câmara dos Vereadores de Aracaju (Foto: Marina Fontenele/G1)Assunto rendeu nesta quarta-feira (26) na Câmara dos Vereadores de Aracaju (Foto: Marina Fontenele/G1)
O fato de a vereadora Lucimara Passos (PCdoB) ter mostrado a calcinha na tribuna ainda repercute na Câmara dos Vereadores de Aracaju. Na manhã desta quarta-feira (26), um dia após o fato, o presidente da Comissão de Ética informou que não foi acionado para analisar a situação que seria uma resposta ao depoimento do vereador Agamenon Sobral (PP).
Agnaldo Feitosa diz que vereadora se excedeu e mesa diretora foi omissa (Foto: Marina Fontenele/G1)Agnaldo Feitosa diz que vereadora se excedeu e mesa diretora foi omissa (Foto: Marina Fontenele/G1)
“A Comissão de Ética não pode funcionar com apenas dois membros, é necessário que mais uma pessoa seja nomeada para que o trabalho seja feito com as três assinaturas. Além disso, não fomos acionados para resolver essa situação entre os vereadores, mas não posso deixar de observar que Lucimara se excedeu ao mostrar a peça íntima e expôs a Câmara dos Vereadores ao ridículo. Também acredito que a mesa diretora foi omissa porque poderia ter cortado o áudio do microfone de Agamenon no momento que ele se referiu à violência e pedido que ele se retratasse imediatamente”, analisa Agnaldo Feitosa (PR), presidente da Comissão de Ética. A equipe de reportagem do G1 SE procurou o presidente do órgão, Vinícius Porto (DEM), mas foi informada pela assessoria de comunicação que ele está viajando.
Imagens disponibilizadas pela Câmara mostram discurso de Agamenon em sessão realizada na semana passada, onde ele se posiciona sobre a notícia de que um padre havia se negado a casar uma mulher que estava sem calcinha na igreja. “Concordo plenamente com o padre, ele deveria dar uma surra nela. Mandar dar uma surra e um banho de sal. Vagabunda! Como ela vai para a igreja sem calcinha e com um vestido transparente?”.
Vereadora do PCdoB usa tribuna para destacar violência contra a mulher (Foto: Acrisio Siqueira/CMA)Vereadora do PCdoB usa tribuna para destacar violência contra a mulher (Foto: Acrisio Siqueira/CMA)
Em resposta, Lucimara usou a tribuna na terça-feira (25) para rebater os comentários do parlamentar. “Hoje trouxe uma calcinha no meu bolso. Alguém pode me chamar de vagabunda? Porque minha calcinha está no meu bolso?”.
A vereadora afirma que entrou com um pedido de quebra de decoro contra Agamenon porque, segundo ela, o vereador incitou a violência. O Ministério Público também vai ser acionado. “Não é a primeira vez que ele usa a tribuna para incitar a violência, ele já disse que bandido tem que apanhar e que a Justiça deve ser feita com as próprias mãos pela população e até já exaltou o nazismo. Como ele afirma que uma mulher deve levar uma ‘surra’ e depois um banho de sal grosso e ficar impune? Nem mesmo se a notícia fosse verdadeira essa seria a forma de punição adequada”, afirma.
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Agamenon Sobral não voltou atrás do pronunciamento e nem pediu desculpas (Foto: Marina Fontenele/G1)Agamenon Sobral não voltou atrás do pronunciamento e nem pediu desculpas (Foto: Marina Fontenele/G1)
Já o vereador Agamenon Sobral rebateu a denúncia de que teria incentivado a violência. Ele disse que jamais imaginou que a história que a reportagem que leu fosse ganhar repercussão.
 “Levei uma história que achei curiosa. A moça teria feito isso de propósito para desmoralizar a igreja e avisou o plano antes para as amigas. A meu ver, isso é um desrespeito ao templo sagrado. Eu não disse que o padre deveria bater, porque isso sim seria incitar a violência, eu disse que ela merecia uma surra. Ninguém está incitando a violência porque ela já é uma constante e existe no trabalho, na porta de casa e dentro de casa. São vários fatores que resultam em crimes e não o pronunciamento de um vereador que vai fazer a violência aumentar”, justifica sem mudar o posicionamento inicial.

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