por
Kelly Cerqueira
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Reginaldo Ipê
O
domingo de sol na Barra para aqueles que gostam de passar o dia inteiro
a beira-mar está mais caro, antes mesmo da chegada do verão. Água,
cerveja, água de coco, refrigerante e até os kits praia, organizados
pela prefeitura, estão com preços que já pesam no bolso dos
soteropolitanos.
Para não abandonar
a orla da Barra, uma das favoritas por conta da calmaria do mar,
tradição e localização, os frequentadores estão aderindo ao uso do
cooler, das bolsas térmicas e do lanche do barato e saboroso lanche caseiro.
A diferença entre o preço praticado na faixa da areia, onde o latão da cerveja (473 ml) é vendido a R$ 5, e o valor
cobrado nos depósitos que ficam na área urbana, R$ 2,25, é o principal
motivo de fazer a estudante de pedagogia, Adrielle Costa, sair de
Plataforma com a bolsa térmica guardada na bolsa de praia.
Frequentadora assídua da
praia do Porto, e ciente do aumento dos principais itens na faixa da
orla, ela já sai de casa preparada munida de sacola térmica e da
quantidade do gelo e da cerveja.
“Para quem bebe um pouco mais, sai muito mais barato do que comprar
lá embaixo que a cada dia o preço cresce um pouquinho. Já basta o
absurdo que a gente tem que pagar para alugar cadeira e sombreiro”,
afirmou a estudante.
Mesmo com a economia realizada na compra, ainda no passeio, ela notou
que houve aumento no valor da cerveja, em relação à última vez que foi a
praia. “A gente comprava a piriguete a R$1 e hoje já está R$ 1,50”,
reclamou.
O aumento nos itens na
faixa da areia não ficou restrito à cerveja. A água de coco já é
encontrada a, pelo menos, R$ 4, o mesmo valor da lata de refrigerante em
algumas barracas. A garrafinha de água também está com o preço salgado
em alguns entre alguns ambulantes, em torno de R$ 3.
Além do uso do cooler,
outra alternativa de quem quer economizar é aguardar a passagem de
vendedores que circulam entre o Farol e o Porto que, geralmente,
apresentam preços mais em conta dos praticados pelos antigos
barraqueiros que hoje dominam o comércio a beira-mar no local.
Nem a fiscalização da
Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) e as ameaças de sanções
para aqueles que desrespeitam as leis municipais e determinações
federais em relação ao uso do solo na praia são capazes de amedrontar os
ambulantes que insistem em alugar o material cedido pelas cervejarias
para o uso banhistas.
Além dos altos preços
praticados na área alimentícia, quem vai pegar um sol na Barra, mas
esquecer a saída de praia em casa tem que desembolsar, pelo menos R$ 4
reais por cadeira.
O kit completo, com
mesa, cadeiras e sombreiro custa, pelo menos, R$ 10 tanto nas áreas que
vão do Porto ao Farol. Mesmo considerando os valores injustos, banhistas
se rendem ao aluguel que é proibido por portaria municipal, segundo
informou o presidente Sindicato dos Barraqueiros do Estado da Bahia,
Oscar Teixeira Barbosa. “É proibido, mas alguns barraqueiros mantêm a
cobrança por desconhecimento da portaria municipal”, justifica.
Mesmo ciente da
regulamentação municipal, a professora Rita Afonso dos Santos pagou pelo
aluguel dos kits, na manhã de ontem, por considerar mais cômodo
custear o serviço do que levar os objetos de casa. “Quando estou com
criança, evito sair com muita coisa para não ter a atenção desviada. Ter
que sair de ônibus com sombreiro, cooler, cadeiras de praia, e ainda
com uma criança de 5 anos é completamente inviável”, opinou, afirmando
no entanto, que a fiscalização sobre a cobrança indevida nas praias
deveria ser intensificada.
Além da cobrança
irregular, aos poucos, materiais fora do padrão estipulado pela
prefeitura voltam a ser expostos na região do Porto do Barra.
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