MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Verão nem chegou ainda e os preços já estão aquecidos nas praias de Salvador


por
Kelly Cerqueira
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Reginaldo Ipê
O domingo de sol na Barra para aqueles que gostam de passar o dia inteiro a beira-mar está mais caro, antes mesmo da chegada do verão. Água, cerveja, água de coco, refrigerante e até os kits praia, organizados pela prefeitura, estão com preços que já pesam no bolso dos soteropolitanos.
Para não abandonar a orla da Barra, uma das favoritas por conta da calmaria do mar, tradição e localização, os frequentadores estão aderindo ao uso do cooler, das bolsas térmicas e do lanche do barato e saboroso lanche caseiro.
A diferença entre o preço praticado na faixa da areia, onde o latão da cerveja (473 ml) é vendido a R$ 5, e o valor cobrado nos depósitos que ficam na área urbana, R$ 2,25, é o principal motivo de fazer a estudante de pedagogia, Adrielle Costa, sair de Plataforma com a bolsa térmica guardada na bolsa de praia.
Frequentadora assídua da praia do Porto, e ciente do aumento dos principais itens na faixa da orla, ela já sai de casa preparada munida de sacola térmica e da quantidade do gelo e da cerveja.
“Para quem bebe um pouco mais, sai muito mais barato do que comprar  lá embaixo que a cada dia o preço cresce um pouquinho. Já basta o absurdo que a gente tem que pagar para alugar cadeira e sombreiro”, afirmou a estudante. Mesmo com a economia realizada na compra, ainda no passeio, ela notou que houve aumento no valor da cerveja, em relação à última vez que foi a praia. “A gente comprava a piriguete a R$1 e hoje já está R$ 1,50”, reclamou.
O aumento nos itens na faixa da areia não ficou restrito à cerveja. A água de coco já é encontrada a, pelo menos, R$ 4, o mesmo valor da lata de refrigerante em algumas barracas. A garrafinha de água também está com o preço salgado em alguns entre alguns ambulantes, em torno de R$ 3.
Além do uso do cooler, outra alternativa de quem quer economizar é aguardar a passagem de vendedores que circulam entre o Farol e o Porto que, geralmente, apresentam preços mais em conta dos praticados pelos antigos barraqueiros que hoje dominam o comércio a beira-mar no local.
Nem a fiscalização da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) e as ameaças de sanções para aqueles que desrespeitam as leis municipais e determinações federais em relação ao uso do solo na praia são capazes de amedrontar os ambulantes que insistem em alugar o material cedido pelas cervejarias para o uso banhistas.
Além dos altos preços praticados na área alimentícia, quem vai pegar um sol na Barra, mas esquecer a  saída de praia em casa tem que desembolsar, pelo menos R$ 4 reais por cadeira.
O kit completo, com mesa, cadeiras e sombreiro custa, pelo menos, R$ 10 tanto nas áreas que vão do Porto ao Farol. Mesmo considerando os valores injustos, banhistas se rendem ao aluguel que é proibido por portaria municipal, segundo informou o presidente Sindicato dos Barraqueiros do Estado da Bahia, Oscar Teixeira Barbosa. “É proibido, mas alguns barraqueiros mantêm a cobrança por desconhecimento da portaria municipal”, justifica.
Mesmo ciente da regulamentação municipal, a professora Rita Afonso dos Santos pagou pelo aluguel dos kits, na manhã de ontem,  por considerar mais cômodo custear o serviço do que levar os objetos de casa. “Quando estou com criança, evito sair com muita coisa para não ter a atenção desviada. Ter que sair de ônibus com sombreiro, cooler, cadeiras de praia, e ainda com uma criança de 5 anos é completamente inviável”,  opinou, afirmando no entanto, que a fiscalização sobre a cobrança indevida nas praias deveria ser intensificada.
Além da cobrança irregular, aos poucos, materiais fora do padrão estipulado pela prefeitura  voltam a ser expostos na região do Porto do Barra.

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