| 14 Setembro 2014
Notícias Faltantes - MÍDIA SEM MÁSCARA
Notícias Faltantes - MÍDIA SEM MÁSCARA
Em
25 de agosto pp. o jornal “Lecce News”, da cidade de Lecce, ao sudeste
da península italiana, publicava impressionantes declarações do núncio
da Santa Sé em Cuba, monsenhor Bruno Musarò, sobre a realidade cubana
que se encontrava em visita à região da qual é oriundo.
O núncio Musarò diagnosticou em poucas palavras “as
condições de pobreza absoluta e de degradação humana e civil na qual se
encontram os cidadãos cubanos, que são vítimas de uma ditadura
socialista que os tem subjugados desde há 56 anos”.
“O Estado controla tudo” e “a única esperança de vida para as pessoas é fugir da ilha”,
explicou o núncio Musarò, descrevendo a situação de degradação, penúria
e opressão dos cubanos. E concluiu dizendo que, inexplicavelmente, “até
hoje, transcorrido mais de meio século, continua-se falando da
Revolução e se louva-a, enquanto as pessoas não têm trabalho e não sabem
como fazer para dar de comer a seus próprios filhos”.
Três
dias depois, na quinta-feira 28 de agosto pp., nos jardins vaticanos se
entronizava uma réplica da Virgem da Caridade, padroeira de Cuba, com a
presença de seis bispos cubanos que tinham viajado especialmente da
ilha-cárcere para essa ocasião, e do ex-secretário de Estado da Santa
Sé, cardeal Tarcisio Bertone.
Chamou
a atenção o fato de que o núncio Musarò, representante diplomático da
Santa Sé em Cuba, que estava na Itália, não tivesse comparecido. A
jornalista María García, correspondente na Europa de Martí Noticias,
perguntou ao cardeal Bertone sua opinião sobre as palavras do núncio,
ao que o cardeal, conhecido por suas posições favoráveis ao regime
cubano, respondeu em tom contrariado: “Não conheço esta declaração. Parece-me que os jornalistas exageraram sobre esta declaração. Porém não a conheço, não a conheço”.
O bispo de Santa Clara, monsenhor Arturo González Amador, tratou de
diminuir a importância à análise do núncio Musarò, dizendo que “comentamos com o embaixador do Estado cubano ante a Santa Sé e, bem, pois ficou assim, sem maior importância”.
Por sua parte, monsenhor Emilio Aranguren, também entrevistado nos
jardins vaticanos pela jornalista María García, disse em tom
apaziguador: “As [coisas] que o núncio manifestou são realidades do povo cubano, porém creio que não é para fazer disso uma manchete”.
Na
realidade, o diagnóstico do núncio Musarò sobre a revolução comunista e
sobre o drama do povo cubano subjugado, parece constituir uma
“manchete” de não pouca envergadura, se considera-se a colaboração
eclesiástica com o comunismo cubano nas últimas décadas. Ainda existem
muitas interrogações em torno do episódio e se poderiam levantar várias
hipóteses. A nunciatura em Havana informou que o núncio retornaria à
ilha depois de passar três semanas na Itália. Aguardemos indícios que
eventualmente sirvam para responder às interrogações que ficaram
flutuando no ar.
Links relacionados:
Jovens cubanos lamentam colaboracionismo do cardeal Ortega - http://www.heitordepaola.com/ publicacoes_materia.asp?id_ artigo=4835
Francisco, pro-castristas y confusión - http://www.cubdest.org/1406/ c1408vallfrancisco.htm
El pontífice Francisco y el test cubano - http://www.cubdest.org/1306/ c1304franciscoav.html
El cardenal Bertone e la fraudulenta “política religiosa” castrista - http://www.cubdest.org/0806/ c0803av2.html
Por Armando Valladares.
E-mail: armandovalladares2012@gmail.
Miami (Fla.), 08 de setembro de 2014, festa da Virgem da Caridade do Cobre
(Este artigo pode-se difundir livremente).
Tradução: Graça Salgueiro
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