MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 28 de setembro de 2014

Acessórios feitos por artesãs de Feliz Deserto ganham mercado nacional


Bolsas e carteiras são produzidas a partir da palha da planta aquática.
Cooperativa comemora parceria com grife carioca.

Fabiana De Mutiis Do G1 AL
 Artesãs de Feliz Deserto, pequeno município que fica no Litoral Sul de Alagoas, produzem há 20 anos acessórios com a palha de taboa, uma planta aquática encontrada em áreas de várzeas, brejos e manguezais. Mas só agora as bolsas e carteiras produzidas por elas ganharam os desfiles de moda e em pouco tempo também estarão nas lojas de uma grife carioca.
A presidente da Associação das Artesãs de Feliz Deserto, Ana Lúcia dos Santos, diz que foram encomendados 260 itens nesta primeira etapa. “A expectativa é que a gente tenha uma boa produção para que a entrega seja feita no prazo certo, com bom acabamento para que venha mais pedido", diz a artesã.
São 20 artesãs que trabalham na associação que existe desde 1994. (Foto: Jonathan Lins/G1)São 20 artesãs que trabalham na associação que existe desde 1994. (Foto: Jonathan Lins/G1)
As 20 mulheres associadas trabalham a todo vapor para dar conta da encomenda feita pela grife Cantão. Elas chegam a ficar dez horas por dia na sede da cooperativa, localizada às margens da AL-101 Sul. "A gente trabalha muito, mas também fica orgulhosa e sabe que, com esse pedido, vai chegar o fim do mês e vamos receber alguma coisa", comemora a presidente da associação.
Produção
São muitas etapas a serem cumpridas até o resultado final. Para produzir uma bolsa grande são necessários três dias, mas as artesãs até conseguem fazer em menos tempo porque organizaram um processo de produção estruturado.
A matéria-prima, pouca conhecida da maioria das pessoas, é retirada de áreas de várzeas. A palha da taboa lembra um pouco a da cana-de-açúcar, mas só de longe. Primeiro as artesãs escolhem as melhores palhas, depois elas cortam, separam e colocam para secar. “Quando chove muito, atrapalha porque apodrece o junco (nome dado a esse gênero de plantas), que não pode estar muito seco nem muito úmido”, explica Maria de Lourdes dos Santos, 46.
Bolsas, carteira e tantos outros acessórios são feitos com a palha da taboa, planta aquática (Foto: Jonathan Lins/G1)Bolsas, carteira e tantos outros acessórios são feitos com a palha da taboa, planta aquática (Foto: Jonathan Lins/G1)
Depois de seca, a palha passa pela raspagem e uma das responsáveis por essa etapa é a artesã mais antiga da cooperativa, Marinalva Santos, 44. Ela passa o dia ripando a palha para deixá-la pronta para o próximo processo. E é assim que elas trabalham.

A partir daí, elas começam a trançar a palha e haja mãos, porque eslas são grossas. Em seguida é hora de juntar os trançados e começar a costurar a peça até o acabamento.
Parceria
A parceria com a marca carioca se deu por intermédio do Sebrae que apoia a cooperativa desde o início da criação, há 20 anos. Essa não é a primeira vez que as estilistas da Cantão se encantam com o artesanato alagoano. Na coleção do verão passado - e no próximo também - elas utilizaram o bordado filé.

"Acreditamos muito no trabalho manual. Tem muito a ver com a marca e consideramos um privilégio quando conseguimos inseri-lo na coleção. Queríamos usar artesanato brasileiro, então resolvemos visitar Maceió para conhecer de perto as possibilidades e acabamos nos interessando muito pelo trabalho dos bordados e da palha. O Sebrae nos apoiou durante todo o processo. É um importante elo para a realização do negócio", diz a estilista Lanza Mazza.
Marinalva Santos é a artesã mais anitiga da associação (Foto: Jonathan Lins/G1)Marinalva Santos é a artesã mais anitiga da associação (Foto: Jonathan Lins/G1)

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